terça-feira, 30 de setembro de 2008

The Postal Service

A primeira vez que eu ouvi a música “Such great heights” foi vendo um vídeo no youtube do “Ben Folds” tocando em um programa de música da Austrália. Tenho que confessar que eu tinha gostado muito da música e nem tinha reparado de primeira que estava escrito “cover” no vídeo. Então procurei saber de quem era essa música, e baixei o mp3 dessa música. “Nossa! Isso é muito anos 80!” Foi meu primeiro pensamento, ao ouvir a versão de “Such great heights” do “The Postal Service”. Resolvi então baixar o CD inteiro da banda. Definitivamente, aquele som era muito anos 80. O CD inteiro tem uma batida eletrônica e uma remixagem que é bem a cara dos anos 80, mas também não deixa de ser moderna ao mesmo tempo. Esse é o som do “The Postal Service” que é composto pela dupla Ben Gibbard do “Death Cab For Cutie” e Jimmy Tamborello do “Dntel”. Como Gibbard morava em Seattle e Tamborello em Los Angeles, a parceria era feita à distância. Tamborello compunha e gravava as batidas eletrônicas enquanto Ben Gibbard recebia os CDs pelo correio e escrevia todas as melodias, enviando as novas gravações de volta para Tamborello pelo correio. Quando finalmente chegavam a um consenso com relação à melodia, à harmonia, e ao ritmo da música, Ben sentava e escrevia as letras das músicas. E foi por causa dessa maneira de trocarem os arquivos das composições que surgiu o nome da banda “The Postal Service”, que significa “Serviço Postal” em inglês. Pra quem, assim como eu curte um som anos 80, “The Postal Service” é uma banda nova que nos faz lembrar muito algumas bandas do movimento pós-punk da “década perdida”.

Such Great Heights: http://www.youtube.com/watch?v=hMOkfI7wCrI

We Will Become Silhouettes: http://www.youtube.com/watch?v=gEILFf2XSrM

http://www.postalservicemusic.net/

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Autoramas

Eu sempre fui devoto de "São Gabriel Thomaz"! Falando sério, eu sou seguidor fiel de Gabriel Thomaz, que eu considero um dos grandes "gênios" musicais do Brasil. Desde Little Quail & The Mad Birds, passando pelos Autoramas, até Lafayette & Os Tremendões e as vezes, e mais recentemente, com Vai Thomaz no Acajú, tudo que esse cara mete a mão me interessa. Sempre espero coisas boas dele, como "Aquela", que ficou famosa com os Raimundos ("...toquei nela sem querer, ela gritou...") ou "Carinha Triste" ("...sem motivo aparente eu lhe mandar tomar no cu..."). Gosto especialmente dos Autoramas, que acompanho desde o início. A banda foi criada no final dos anos 90, e tem influências Jovem Guarda (sempre!), new wave, surf e garage rock. O melhor fica por conta do efeitinho espacial da guitarra do Gabriel, junto com a bateria enlouquecida do Bacalhau (ex Planet Hemp) e as pernas da baixista. Já fui a muitos shows dos Autoramas, o último aqui em Brasília, onde eles agitaram o "Porão do Rock". Os melhores, é claro, foram na Obra, lotada, com o teto pingando com o suor da galera e todo mundo cantando "Fale Mal de Mim" junto. Uma vez, no dia do aniversário do Elvis, o Gabriel ainda mandou vários covers do Rei do Rock. Entretanto, o show mais marcante foi uma vez, no aniversário da Obra. Nessa ocasião o Claudão decidiu que era hora de dar um passo a frente, fazer uma festa em um lugar maior. Alugou o "Samambaia" na Av. Brasil, perto do Lapa. Casa maior que a Obra, menor que o Lapa. Espalhou cartazes com a foto dos Autormas na cidade... montou uma mega festa. Eu queria muito ir, mas ninguém quis ir comigo já que era no meio da semana. Mas eu convenci o Lóis a ir. Chegando lá, o maior fracasso que eu já presenciei. Estávamos eu, o Lóis, o Claudão, mais meia dúzia do povo da Obra, os Autoramas, e só. Num ambiente tipo "Boate Azul"! O show foi ruim, porque nao tinha ninguém, mas a cerva estava gelada e eu e o Lóis entornamos todas numa mesa no cantinho.

sábado, 27 de setembro de 2008

Steely Dan

Quem diabos é Steely Dan? É o que alguns de vocês devem estar se perguntando. E a maioria dos que estão se perguntando isso, deve conhecer algumas músicas de Steely Dan e nem sabe. “Do it again” deve ser a canção mais conhecida do grupo, e nada me tira da cabeça de que essa música foi feita para o Santana tocar, mas por algum motivo ele (Santana) devia estar cochilando e não pegou a inspiração divina. São raros os casos em que o Divino, em pessoa, faz uma música, mas como ele não pode lançar discos, ele envia sua inspiração como se fosse um raio, e cada música tem um artista certo, “Do it again” com certeza era uma música para o Santana, mas que por algum motivo, caiu no colo do Steely Dan que pegou a inspiração, gravou a música, vendeu muito e fez um grande sucesso na década de 70. Steely Dan na verdade é uma dupla que mistura em suas músicas o jazz juntamente com o rock, o funk, R&B e pop. Foi e é ainda influência para vários artistas, algumas de suas canções embalam a trilha sonora da comédia “Eu, eu mesmo & Irene”, interpretada por vários artistas dos mais diversos estilos musicais.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Golpe de Estado

Durante muito tempo eu achei que rock não combinava com português. É óbvio que eu já revi esse conceito. Não há como negar o talento de Cazuza e Renato Russo como letristas. Eu respeito muito aqueles que conseguem fazer uma boa letra de rock em Português. Uma letra que não fale de amor ou apenas coisas abstratas, mas que consiga passar para a músicas acontecimentos do dia-a-dia. Fatos concretos ou simplesmente contar histórias como Bob Dylan. Entretanto, quando o assunto era heavy metal, eu nunca havia consegui achar uma boa música em português, com solos de guitarra a todo vapor, até eu escutar "Noite de Balada", do Golpe de Estado. Essa é uma das grandes bandas de rock brasileira que ninguém conhece. Estão aí desde o início dos anos 80, fazendo heavy metal de qualidade, em português. São do interior de São Paulo (ABC) e por lá são ídolos, seus shows lotam até hoje. Fora de São Paulo pouca gente conhece. Eu conheci por volta de 1997, quando vi um clipe na MTV, numa dessas madrugadas. Fui atrás do cd, e encontrei um "ao vivo" e me amarrei no som, no vigor, na técnica e na qualidade da gravação. Essa é pra quem curte rock´n´roll e sabe valorizar a arte nacional. Lóis, não deixe de escutar!
Noite de Balada - http://br.youtube.com/watch?v=-FgJc8LvhSY http://www.golpedeestado.com.br/

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Sublime

Eu já enchi esse blog com histórias de quando eu tinha 15 anos, mas o que eu posso fazer se foi justamente nesse período que se deu a minha "formação musical"? Foi nesse tempo, por volta de 1997/1998/1999, que eu conheci e aprendi a gostar da maioria das coisas que eu ouço e me influenciam. Nesse cenário, eu conheci, e logo fiquei fã, do Sublime. A música "de trabalho" era "Santeria", que é um reggae/ska safadinho, ordinário, de maconheiro, mas muito bom. Todo mundo adora a música, e eu, na época, um pouco antes de ir fazer o intercâmbio, só escutava essa música. Tanto que a minha mãe tomou essa como "a minha música". Eu fui pros Estados Unidos e levei o meu disco do Sublime e a minha mãe, para se lembrar de mim, comprou um disco pra ela. E todo mundo me contava que ela ficava escutando a música, lembrando de mim, e chorando. Mas engana-se quem pensa que o Sublime é banda de uma música só. Esse disco, que acho que chama "Sublime", só tem música boa. É um daqueles que de tanto você ouvir inteiro, acaba decorando a música que vem depois, e sempre quando vc escuta uma música no rádio, ou em uma festa, é inevitável não emendar, na sua cabeça, a música que acabou com a que seria "a próxima" do disco. Disco essencial em qualquer discoteca dos anos 90.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Jerry Reed

É bem verdade que eu não curti tanto, mas eu já fui num show de Randy Travis, Marty Stuart, e Travis Tritt. O show tinha o nome de “Triple Touble” que significa “problema em dose tripla” ou algo assim, e era um trocadilho por serem três músicos fazendo uma turnê. Naquela época eu não gostava muito da música country, eu estava com a minha mente voltada toda para o punk rock e para o grunge. Eu garanto que se fosse hoje eu curtiria bem mais o show, talvez até cantasse mais músicas, e não ficaria assim tão deslocado.
Eu me lembro que o show iria começar às oito da noite, mas que ficava a uma cidade a mais de 3 horas lá de casa. Pegamos o carro e fomos pra lá, paramos para comer antes e fomos direto pro ginásio da cidade, que era onde iria acontecer o show. Cara, impressionante, todo mundo sentado durante quase o show todo, nunca tinha visto aquilo. Somente quando Marty Stuart(que era quem fechava o show) entrou é que algumas “piriguetes” se levantaram e foram até a frente do palco para dançar. No mais somente em uma música ou outra o público se arriscava a dançar e cantar junto com o artista.
Desde então passei a ouvir mais a música country em rádio, depois passei a baixar músicas e até me arriscar a cantar um pouco. Comecei a ouvir Johnny Cash, Alan Jackson, Hank Williams I, II e III.
Mas a minha música country preferida faz parte da trilha sonora de um filme bem tosco, mas que marcou minha infância. “East Bound and Down” é a música tema do filme “Agarre-me se puderes”, filme onde o protagonista foi vivido por Burt Reynolds. Com essa canção, Jerry Reed recebeu um prêmio Grammy, na categoria de melhor performance country masculino. Além de fazer a música que embalou o filme, Jerry Reed também encarnou o papel de um caminhoneiro que ajudava o “mocinho” interpretado por Burt Reynolds. Aqui vai uma apresentação ao vivo de Jerry Reed em um programa de televisão: East Bound & Down: http://www.youtube.com/watch?v=pLMzMnhSRm0

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Idlewild

Eu me lembro que a primeira vez que eu ouvi o “Idlewild” foi em Lagoa Santa. Eu estava “trabalhando” na loja da minha mãe ouvindo a rádio “Alvorada Fm”, mas quando eu digo trabalhando eu tenho que colocar entre aspas, pois eu ficava mais sentado ouvindo música do que realmente trabalhando, e não é porque eu era um cara preguiçoso, era porque não haviam muitos clientes para serem atendidos. Já estávamos no período da tarde, lá pelas cinco horas, foi quando eu ouvi um dedilhado pra lá de harmonioso, não muito virtuoso, bem simples, mas muito bonito. Um pouco depois começou o vocal, que também não era muito virtuoso, mas muito bonito para um vocal masculino, um timbre que eu pessoalmente adoro. Fiquei lá vendo as pessoas passarem na rua, os carros, o trânsito, tudo era apenas um fundo para aquela trilha que estava tocando na rádio, talvez se alguém tivesse entrado na loja naquele instante eu nem teria notado, talvez alguém até alguém chegou a entrar e eu nem percebi. Aquela canção já tinha toda a minha atenção, enquanto estava ouvindo eu ia reparando naquela letra, e ia me identificando muito, pois refletia bem o momento que eu estava passando. Pronto, ai entrou o refrão trazendo junto consigo a bateria, o baixo, os “backing vocals”, e também é claro a minha vontade de saber que música era aquela e quem estava tocando. Mas minha agonia durou pouco, no final da última música daquele bloco eu ouvia o locutor dizendo “Idlewild, Live In A Hiding Place”. É bem verdade que o inglês dele não era dos melhores, então tive dificuldades em achar mais tarde o mp3 daquela música pra baixar. Bom eu vou aqui polpar vocês desse trabalho que tive, é só clicar no link para ouvir essa linda música.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Diana Krall

Eu não dou sorte com as músicas que os vendedores colocam nas lojas de discos. Sei que muita gente acaba comprando um disco porque escutam uma determinada música quando pisam na loja. Acho até que as gravadoras já "indicam" quais discos deverão ser tocados nas lojas, como parte da "estratégia de marketing". Mas, por algum motivo, sempre quando eu entro, a música muda imediatamente para um axé, um pagode, ou uma MPB daquelas novas, sem importância. Desconfio que é porque eu já entro com um ar determinado, e me dirijo, sem falar com ninguém, ao balcão de promoções, e fico igual a um louco fuçando nos discos. Não raramente escolho cinco ou seis discos desses baús... mas a venda final acaba representando, no máximo, R$ 50,00. Entretanto, certa vez, há uns três ou quatro anos, estava eu no Minas Shopping no dia 23 de dezembro, quando, entrando na Leitura, escuto um disco maravilhoso de jazz. Voz feminina de timbre diferente, baixo acústico, bateria e piano. As músicas eram os clássicos de Natal, que eu já estava careca de conhecer e odiar. Eu tinha que ter aquele disco. Queria terminar de ouví-lo em casa. Era o "Christmas Songs" da Diana Krall. Sei que nesses úlimos anos as "novas divas" do jazz têm surgido com muita força, mas ainda não tinha tomado conhecimento da Diana Krall. Depois, comecei a me "entrosar" mais com as suas músicas, e veio de carona a Norah Jones e até a Joss Stone (eu sei, que não é jazz). Naquele momento, o espírito de Natal tomou conta de mim. Acabei comprando o disco, caro, para os meus padrões. O disco é bom, a artista tem uma voz linda, mas o episódio serviu apenas para que eu renovasse a constatação de que na loja, o disco é sempre muito melhor do que na nossa casa.

domingo, 21 de setembro de 2008

The Beatles

Como quase todas as pessoas, eu tenho filme e música favoritos! Estranhamente, porque quando você faz essa pergunta para fãs de filmes, ou fãs de música, eles não conseguem falar "o" filme ou "a" música que mais gostam. Vão logo dando uma lista com pelo menos cinco nomes. No meu caso, o filme é "Curtindo a Vida Adoidado". Ví inúmeras vezes, e cada vez que eu vejo, aprendo uma lição nova de vida. Me ensinou que matar aula é essencial para a nossa educação e formação humana. A música, decorre do filme. É "Twist and Shout". Desde criança, quando chegava nessa parte, eu me levantava na sala e começava a cantar e dançar. Lembro que eu tinha uns 8 anos quando viemos a Belo Horizonte (nessa época eu morava em Ouro Preto) e fomos ao BH Shopping, e eu arrastei a minha mãe até a loja de discos. Queria porque queria esse disco, mas não sabia quem cantava a música. Foi a única vez que eu "joguei qual é a música" com um vendedor de discos. Cantei a música, naquele jeito infanto-macarrônico, e o vendedor sacou o "Please Please Me" dos Beatles. Aquele dia mudou toda a minha vida. A partir dali entrei no rock, ouvi o disco até arranhar, e tudo dos Beatles que apareceu na minha mão desde aquele dia. Hoje, é óbvio, já não consumo mais Beatles diariamente, mas "Twist and Shout" sempre vai ser a minha música favorita, não porque é boa, porque eu gosto de muitas outras músicas, até melhores, mas por ocupar essa posição marcante em minha vida.
www.thebeatles.com

sábado, 20 de setembro de 2008

IMPAR

- Quer ir a um show de uma banda de um amigo meu? - Toca o que? - Powerpop. - Ah, legal, é tipo o que? - Difícil de explicar. - Qual que é o nome da banda? - Marcelo Mercedo, mas também conhecido como IMPAR. Marcelo Mercedo é o artista conhecido como IMPAR, onde ele, juntamente com mais quatro amigos fazem um som que é conhecido como powerpop. Levei uma amiga num show do IMPAR lá no "Pau & Pedra", uma pequena casa noturna de Belo Horizonte, tradicionalíssima por ser o “lar” das bandas cover dos Beatles. O show em si não foi muito bom, pois a casa não oferece uma boa qualidade acústica, o que esperar também de um lugar cujo nome reflete tudo que há de ruim para a boa acústica (madeira e alvenaria). O som do IMPAR é muito bom, muito bom mesmo, é pop, os refrões grudam como chiclete em pêlo de cachorro. Além de pop, o som dos caras tem uma levada legal, um som que cativa, e um peso na medida certa, na conta do chá, parecendo até receita de bolo. o IMPAR já lançou dois CDs, quatro videoclipes e se apresentou nos principais espaços da cena alternativa independente no Brasil. Recentemente a banda participou do Gás Sound (um concurso de bandas promovido pelo Guaraná Antartica), sendo uma das bandas representantes da eliminatória de Belo Horizonte. Uma banda jovem, porém madura, o IMPAR que é a banda mais boazinha do Brasil se apresentará hoje no Pub Nafta que fica na Rua Catete, 603, no Alto Barroca, aqui na capital mineira. O show está marcado para começar às 22 horas, e o preço é mais do que justo, 10 reais, o melhor custo benefício para esse sábado. A propósito, aquela minha amiga não é mais minha amiga, ela agora é minha namorada, e hoje estaremos os dois para curtir mais um show do IMPAR juntos. Quem quiser saber mais sobre o IMPAR acessem: O Incrível Homem-Âncora: http://www.youtube.com/watch?v=jo2TCubbtxM http://www.impar.art.br/ http://www.myspace.com/impar http://www.myspace.com/marcelomercedo

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Skuba

Era uma vez, no final dos anos 90, que eu, bobinho que sou, realmente acreditei que o ska seria o "novo som" do Brasil. Depois do sertanejo, do axé, do pagode, da lambada, seria a vez do ska. Era óbvio na minha cabeça. E eu estava pronto para curtir a overdose de ska. Naquela época, sucessos internacionais do Sublime e No Doubt chegavam às rádios brasileiras. Bandas nacionais de ska, como os Skamoondongos, Mr. Rude, Manuels e Maskavo pipocaram. Eu até achei que o Silent Bob poderia surfar nessa onda de otimismo. Mas, nada disso aconteceu, e o ska voltou a adormecer. Continua recluso no seu gueto. A banda que gozou de um pouquinho de sucesso foi o Skuba, do Paraná. O Skuba conseguiu lançar dois bons discos seguidos. Churraskada (1997) e À Moda Antiga (1999). E um "sucessinho" em cada um deles. Triado, no primeiro, e Drugs, no segundo, eram as faixas que tocavam na MTV. Sim, nessa época ainda tinha clipe na MTV. Virei fã do Skuba naquela época, aliás, acho que todos nós do SBJJ, que tinha, em seu repertório de baile, a música Drugs (who needs drugs, you are my drug...). Mas o que vem à minha mente quando eu penso no Skuba, e lembrei disso essa semana, porque o Didi está escutando só Skuba (pelo menos é o que vejo no seu msn), foi a rápida passagem do Silent Bob pelas ondas do rádio. Belo Horizonte tinha uma rádio comunitária, em Santa Tereza, chama "Santê FM". E as amigas do Leo e do Didi tinham, sabe lá como, um programa nessa rádio. Programa de mulheres, chamado "OBjetivo", com o infame slogan "o programa que introduz algo de útil em você". Certo dia, a amizade bateu mais forte, e as meninas fizeram um programa com a participação do Silent Bob, que estava responsável pela trilha sonora do dia. E assim, levamos só cds de ska, além do nosso "recém-gravado" "4.5"... E fomos colocando músicas, inclusive as nossas. Lá pelas tantas, resolvemos tocar Skuba. Pronto. Foi o que bastou para o tempo fechar. As meninas odiavam a banda porque eles tinham uma música chamada "Não existe mulher feia" (é você que não bebeu demais), e "banda machista não entra no meu programa!". E eu parti logo para a defesa da banda, falando que não tinha nada demais, que era só uma música, que o instrumental era ótimo, mas não teve jeito. Não tocou Skuba naquela tarde. Fiquem agora com a música que não foi tocada.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

311

-Você tem msn? Cara, toda vez que me fazem essa pergunta eu já falo: - Tenho... Eu tenho sim, mas acho melhor eu te adicionar. Aí vem sempre aquela cara de espanto, e me perguntam: - Por quê? Muito simples, meu e-mail é bem adolescente, mas bem adolescente mesmo, eu tenho esse e-mail desde 1996, quando estava com 17 anos. Morando nos Estados Unidos eu tive que fazer um e-mail para me corresponder com o Brasil, mesmo não tendo recebido ou enviado nenhum e-mail pra ninguém da terra tupiniquim no período em que estive morando fora. Eu já havia tentado de todas as maneiras colocar meu nome ou meu sobrenome como o nome do usuário, mas falhado em todas. Então resolvi colocar o nome de uma banda que eu estava começando a curtir. Não deu certo também. Tentei então fazer uma combinação entre meu nome e o nome da banda, nada também. Então resolvi colocar uma palavra que eu achava muito legal na época “extreme”, pois gostava muito de esportes radicais(extreme sports em inglês) e, além disso, gostava da sonoridade dessa palavra. Mas só essa palavra não deu certo, tive então a idéia infeliz de inserir o nome da tal banda com a palavra. Surgiu daí o “extreme311”, meu nome de usuário de e-mail, mais adolescente impossível. Por que diabos esses adolescentes vivem fundindo seus nomes ou apelidos com os nomes de suas bandas ou artistas preferidos, tipo “faelapepper”, ou ”vivi_gallagher”? O fato é que eu tenho esse e-mail há tanto tempo que eu nunca tive vontade de mudá-lo. Eu conheci o “311” na aula de educação física nos Estados Unidos. Na minha escola existiam dois tipos de educação física, e você tinha que escolher entre esses dois tipos. Um tipo era o tradicional que a gente está familiarizado aqui no Brasil, onde a cada determinado período os alunos fazem um determinado esporte, o outro tipo era musculação e ginástica. Eu havia escolhido o da musculação, e era legal porque a gente ficava lá conversando, malhando e ouvindo música. E foi em uma das primeiras aulas de educação física que eu escutei o 311 pela primeira vez, e depois desse dia eu comecei a minha procura incessante para descobrir e ter tudo que eu podia dessa banda. O 311 faz um som bem único, às vezes pesado, às vezes bem calmo, misturando o rock com estilos que eu já gostava muito como o reggae, o rap, o punk, o ska, e o funk(não o carioca). Mesmo com tantos estilos tão diferentes entre si, o 311 consegue reunir isso tudo e formar um estilo musical próprio, que é meio difícil de explicar, eles fazem assim um som bem praiano, englobando assim tudo que há na praia, as ondas, os surfistas, os maconheiros, os banhistas. Talvez pelo fato de serem uma das bandas com maiores influências entre os praticantes de esportes radicais eu tenha escolhido essa banda para dar nome ao meu e-mail. O disco dos caras com maior vendagem é o terceiro álbum, que por curiosidade possuí o mesmo nome da banda, e também é conhecido como o álbum azul. Para alguns é conhecido como álbum do “alienzinho”, aliás, uma outra característica da banda, essa coisa assim meio alienígena. O 311 teve influências inclusive, na nossa banda(Édio, Yan, Diogo e eu) o Silent Bob & The Jay Jay’s, chegamos a fazer um cover de “Beautiful Disaster”, talvez aí um presságio do que viria a ocorrer com a banda. Brincadeiras à parte vale a pena conferir o som dos caras, principalmente certas pessoas que eu conheço que por um acaso tem “311” no e-mail(Lino e Bruno) e não sabem de onde vem esse número, e eu não vou falar aqui o nome de nenhum deles(Lino e Bruno) que é para não queimar o filme, e eu não quero cagüetar ninguém(Lino e Bruno). E eu não sou de ficar criando polêmica. Confiram: I’ll Be Here Awhile: http://www.youtube.com/watch?v=7Pf6AI_jQlI

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Neil Diamond

Quem aqui gosta de fazer prova? Ainda mais prova de matemática? Pois eu também não gostava, mas as provas de matemática do Mr. Bolluyt, meu professor de “math 4” nos Estados Unidos eram até legais. E não era pelo simples fato de serem fáceis, ou por serem criativas. Todo dia de prova Mr. Bolluyt pegava seu velho rádio toca-fitas e colocava uma fita para que seus alunos ouvissem enquanto faziam prova. O engraçado é que era sempre a mesma fita, que era até legal, mas ele nunca mudava a fita. Para mim aquilo tudo era o máximo, eu gostava muito dessa idéia de fazer prova e ouvir música, me deixava mais relaxado, e até mais animado. O engraçado é que passei o ano inteiro ouvindo a maldita fita mas nunca tive a curiosidade de perguntar ao meu professor quem era o artista que embalava a trilha sonora de nossas provas. Eu voltei para o Brasil depois que meu intercâmbio tinha acabado, comecei a faculdade e as provas de matemática já não faziam mais parte das minhas preocupações. Mas de vez em quando aquela trilha sonora das provas de matemática me vinham à cabeça, e eu me perguntando por que diabos eu não perguntei quem era o tal artista que tocava naquele velho toca-fitas. Pois bem, em uma das minhas visitas de fim de ano ao estado do Espírito Santo, lá estava eu no Carrefour comprando mantimentos para a casa da minha tia, quando reconheci uma das músicas do meu artista preferido das provas de matemática. Mas mais uma vez não tive o ânimo de ir até a gerência do supermercado, para perguntar de quem era aquela voz que eu ouvira na sessão alimentos. Ainda bem que inventaram o Google alguns anos depois, e não deu outra, joguei no Google partes das letras que ainda lembrava e depois de alguns minutos a identidade de meu artista misterioso das provas de matemática fora revelada. O engraçado é que eu já conhecia algumas de suas músicas, mas por algum motivo nenhum dos sucessos que eu tinha conhecimento estava naquela maldita fita cassete. Com composições meio folk, meio rock, e bem pop, e com um som assim meio com a cara do Natal, não sei bem como explicar, são canções com melodias suaves, ótimas para se ouvir ao pé de uma lareira cercado pelos seus familiares, parecem até canções de ninar feito para adultos, e como a maioria das letras são meio bobinhas, então talvez por isso meu professor tenha escolhido Neil Diamond como a trilha perfeita para embalar nossas provas. Comfiram: Song sung blue: http://www.youtube.com/watch?v=X_rCiY3SgRQ www.neildiamond.com/

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Cálix

Tenho que dizer com toda sinceridade de que não me lembro qual foi a primeira vez que eu ouvi a banda Cálix, mas com certeza deve ter sido entre 1999 e 2000, provavelmente em um show ao vivo promovido por algum grêmio acadêmico. Nessa época o Cálix estava sempre fazendo shows com duas outras bandas, a banda “Cartoon” e a banda “Somba”. E esse trio(Somba,Cartoon e Cálix) era sempre chamado para animar as calouradas da PUC-MG ou da UFMG. Não sei bem ao certo o motivo, mas todas as vezes que eu ouço o primeiro álbum do Cálix me vem sempre à cabeça a cidade de Ouro Preto. Talvez por ter ido a alguns shows dessa banda lá, ou pelo som da banda ter bem a cara dessa cidade histórico-universitária e suas repúblicas. O fato é que esse primeiro álbum me marcou muito, pois me abriu a mente para o rock progressivo, quando eu ouvi o álbum “Canções de Beurin” fiquei com a impressão de que já conhecia aquelas músicas e principalmente aqueles vocais de algum lugar. Quando eu ouvia os vocais me vinha a cabeça o clube da esquina, Milton Nascimento e sua turma. Quando eu ouvia o instrumental me sentia em um filme sobre a idade média com cavaleiros e castelos, e não tem como evitar a comparação com o “Jethro Tull”, que claramente deve ter sido uma das maiores influências da banda, que assim como o “Jethro Tull” incorpora elementos da música celta, clássica, o rock progressivo e o art rock. Um outro elemento comum nas duas bandas é que os dois vocalistas, além de cantarem também tocam flauta. O segundo álbum do Cálix é em minha opinião bem melhor do que o trabalho anterior. Eles até largaram um pouco esse lado rock progressivo, mas só um pouco, ainda podemos notar claramente a influência desse estilo musical em algumas das músicas. Se o rock progressivo deixou um pouco de ser influência no som dos caras, um folk rock bem similar ao praticado pelo “Crosby, Stills and Nash” ganhou mais espaço. As músicas passaram a ter muito mais violão, trabalhando em um conjunto harmonioso com os lindos vocais. É claro que a voz meio clube da esquina ainda continuava presente, mas em certas canções percebi um vocal meio “Sá e Quarabyra”, meio caipira, mas muito bom. As letras melhoraram, ficaram mais modernas e umas até mais politizadas, uma inclusive falando sobre o atentado terrorista ao World Trade Center. A banda lançou ainda em junho do ano passado, um DVD ao vivo(Cálix Ao Vivo), marcando os 10 anos de existência da banda, contando com a participação de uma orquestra especialmente formada para este DVD. “Cálix Ao Vivo” conta com os antigos sucessos dos 2 primeiros álbuns e mais oito novas músicas. Comfiram: A Roda - http://www.youtube.com/watch?v=hd1n3WyLJM0

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

The Who

Eu sou "filha de Jesus". Estudei no Colégio Imaculada da 4a. série até o 3º ano científico, com uma única pausa para o intercâmbio (entre o 1º e o 2º ano científico). Durante todo esse tempo, depois que o sinal que indicava o fim do recreio batia, nós tínhamos cerca de cinco minutos para estar em sala de aula. E esses minutos eram um inferno. Enquanto subiamos para as salas, ficava tocando no sistema de som do colégio uma musiquinha religiosa e infantil, vinda de uma fita K7 cheia de calos, que era motivo de chacota no colégio e vítima fácil de várias versões infames feitas pelos alunos mais maldosos. Finalmente, quando eu já estava no 2º ano científico, as madres resolveram que era hora de comprar um cd player e, para surpresa e felicidade geral, deixaram que os alunos levassem cds e escolhessem uma música para ser tocada depois do recreio. E isso mudou tudo. Virou uma "disputa" de quem levava a melhor música. E entre axés, pagodes, e muito Skank e Jota Quest, um dos discos que mais rolava era o meu "Who´s Next" do The Who. Era um dos meus discos preferidos na época, e quando não era eu que levava, o Bruno ou o Sérgio pediam para tocá-lo. E dava um prazer enorme ir estudar após ouvir a introdução de "Baba O´Riley", com aquele solo de sintetizador alucinante. Aliás, este disco é obrigatório em qualquer coleção musical, sendo sempre lembrado em qualquer lista de "melhores discos de todos os tempos", e traz grandes clássicos do The Who na fase mais madura da banda (início dos anos 70). Na minha opinião, esse disco introduz as bases do glam rock e não pode deixar de ser ouvido por ninguém. Assim pensávamos nós, quando pedíamos para tocar o The Who no Colégio Imaculada. Se as madres soubessem que, no fim, it´s only teenage wasteland ...

domingo, 14 de setembro de 2008

Os Paralamas do Sucesso

O primeiro show da minha vida foi um dos Paralamas do Sucesso, em 1996. Tinha 13 anos. Lembro desse dia como se fosse hoje. O show foi no Ginásio do Minas, na Rua da Bahia. Na época, os Paralamas estavam divulgando o disco "Nove Luas". De lá pra cá, muita coisa mudou. O ginásio já nem existe mais. Mas eu ainda gosto dos Paralamas como gostava naquela época. Aliás, acho que gosto mais hoje, o que é um fato raro pra mim, em se tratando de bandas brasileiras do mainstream. Os Paralamas foram perfeitos naquele dia. Tocaram todos os sucessos em um show de quase duas horas. Lembro que assim que acabou o bis eu pensei: eu nunca vou deixar de ir em um show de uma banda que eu goste. E, desde então, fui assim. Sempre procurei ir em todos os shows que eu gostasse e que estavam ao meu alcance, mas poucos foram tão bons quanto aquele. Um fato curioso é que, por algum motivo fútil, adolescente, eu não queria que o meu pai fosse comigo. E o meu pai era fã dos Paralamas também. E quando acabou o show, eu vi ele atrás de mim, curtindo o show. Como ele entrou: "carteirada" do CREA. Ele usou do velho golpe do Eddie Murphy. Isso eu achei legal. Eu sempre curti o som dos Paralamas, e só depois que eu fui entender que eles tinham muita influência reggae e ska. Hoje eu reconheço neles a grande banda de ska do Brasil, e a que faz o som mais latino em nosso país. Tenho todos os discos deles, mas atualmente, o que eu mais gosto é "Os Grãos", dos anos 90. Hoje de manhã eu vi o dvd "Paralamas e Titãs, Juntos e Ao Vivo". Lindo. Recomendo. 19 músicas com as duas bandas juntas no palco. Grandes arranjos. Grande energia. Duas bateras! Que som. Confiram:

sábado, 13 de setembro de 2008

Aerosmith

Quando eu estava na 8a. série do Colégio Imaculada, Aerosmith era banda de menina. Só perdia para o Bon Jovi nesse quesito. É que naquele ano, o Aerosmith havia lançado o álbum "Nine Lives", que estava recheado daquelas baladas melosas, com as guitarras miando, cuja fórmula secreta é dominada pela banda desde os idos dos anos 70. O sucesso era "Hole in my soul". Clipe mais pedido na MTV. E eu confesso que gostava do disco. Na época, confessar isso, equiparava-se a "sair do armário", era tabu. Logo depois, fui para os EUA, para o intercâmbio, e descobri que Aerosmith era banda de rock. Rock pesado. E de velhos! Homens e mulheres. E que as meninas gostavam das baladas assim como os meninos. Foi quando lançaram o single "I don´t wanna miss a thing", que eu considero o maior porre de 1998. E isso tocou que nem água nos EUA, empurrado pelo sucesso do filme "Armageddon". Pra minha sorte, o Aerosmith estava em turnê naquele ano, e acabou parando na minha cidade (Lafayette). Todo mundo da escola que almejava ser alguém tinha que estar no show. Eu fui. Comprei o ingresso com quase um mês de antecedência. Nos EUA, pude "sair do armário" com relação ao Aerosmith. Fui no show, comprei os discos, curti as músicas. A minha mãe de intercâmbio tinha todos os álbuns dos anos 70 (em vinil), da banda . Vi que era porrada. Guitarra mesmo. Hard Rock. O show foi um dos melhores que eu já ví até hoje. O que mais me surpreendeu foi que o Steven Tyler toca gaita quase o show inteiro. E toca muito! A única hora que eu tirei os olhos do palco foi quando tocaram "I don´t wanna miss a thing". Nessa hora, como eu odiava a música (essa sim, de mulherzinha!), resolvi ir comprar um refrigerante. Qual não foi a minha surpresa quando eu não encontrei nenhum atendente nas lanchonetes do ginásio? Todos haviam saído para ver justamente essa música. Isso me deixou puto até hoje com essa música, que eu não suporto. Não quero dar a dica do Aerosmith dos anos 90, que vocês devem estar careca de ouvir, mas sim, o dos anos 70. Uma verdadeira banda de rock.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Descendents

Todo romance tem a sua música. Geralmente, é uma baladinha romântica, acústica. No meu caso com a Dani era um hardcore. "I´m the one", do Descendents. O lance é que, na época em que nós começamos a sair, eu tinha um "projeto paralelo" ao Silent Bob, com o Marcelo e o Rafael, que se chamava Reverbs (eu na guitarra, Marcelo no baixo e Rafael na bateria). E o Rafael, que era um ex-punk da pesada, havia nos emprestado alguns cd´s (para influenciarem no som e no repertório da banda). Dentre os quais, estava o "Everything Sucks", do Descendents, que, de tanto que eu curti, passou a ser o meu "disco de porta-luvas". E então, depois de muito escutar o disco no carro, eu e a Dani percebemos que a letra de "I´m the one" tinha tudo a ver com a nossa "história". Lembro que quando saíamos, a música ficava no repeat do som, não importava a distância ou o tempo que demorasse o trajeto. Em uma semana a gente já tinha decorado a letra e cantávamos empolgados. Como todo romance, é claro, esse também acabou. Mas a música continua! A questão sobre as "nossas músicas" é que elas não chegam aos nossos ouvidos como as outras que escutamos todos os dias, e sim, batem direto na nossa memória e no nosso coração. Ficam marcadas para sempre, ligadas àquela história. No meu caso, sempre quando eu escuto essas músicas, mesmo perdido em pensamentos, um deles sempre vai para aquela pessoa, fato ou ocasião especial. Para mim, no final, os Descendents estavam com a razão: "Nice guys finish last, no one knows as good as me." Bom, curtam esta banda que é um "dinossauro" do pop punk e serviu de base para os trabalhos de bandas que vieram depois, como Green Day, Offspring e Blink 182.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Kanye West

Quando eu paro para pensar qual foi o meu primeiro contato com a cultura Hip Hop, a primeira memória que me vem à cabeça é a de um vinil que eu ganhei quando eu fiz seis anos, chamado “Let’s Break”, lançado em 1984 pela RCA. Na época, o break não era muito conhecido por aqui, mas estava ganhando certa popularidade, virando uma modinha para animar as festinhas adolescentes. E aquele menininho de classe média que não sabia bem ao certo o que era aquilo, se era um estilo musical ou somente uma dança, só sabia de uma coisa: que ele tinha gostado daquela modinha. A moda passou, as roupas de break foram jogadas fora, as músicas já não tocavam mais nas rádios e nem nas festinhas. Já no final dos anos 80, eu me lembro de ter visto nos filmes uns caras com umas roupas coloridas e largas, com uns correntões de ouro, uns até com um relógio de parede no pescoço. Era a chegada do Rap, chegada ao menos para o meu conhecimento. Com onze anos de idade, como eu ainda tinha pouca noção do que era exatamente o rap, tudo que era meio falado e tinha um batidão no fundo para mim era Rap. Mc Hammer, Vanilla Ice, Technotronic eram os meus músicos preferidos em 1989. Só depois eu fui descobrir que esses artistas eram “desprezados” e “desrespeitados” no meio artístico do rap. E quanto mais eu gostava dos meus artistas de rap, mais eu descobria que eles, na verdade, não eram artistas de rap, e sim artistas pop que utilizavam o rap em suas músicas. Entre 91 e 92 eu fiquei realmente ligado nesse tal de rap, justamente quando um tal de “Gabriel, O Pensador”, que fez sucesso com os hits bem-humorados “Lôraburra" e "Retrato de um Playboy”. Foi nessa época também que eu conheci o Faith No More, que veio ao Brasil para uma apresentação no Rock In Rio 2. Foi quando eu ouvi “Epic”, que mistura o rock e rap. Eu me apaixonei pela banda e fiquei acordado para ver o Faith No More pela tv. Mas o que eu vi no dia seguinte foi ainda melhor. Run DMC, que eu nem sabia quem era, mas foi paixão à primeira “ouvida”. Mas eu realmente descobri o rap em 1993, com a MTV e o seu “Yo MTV raps” que me apresentou os meus artistas preferidos na época: Coolio, Beastie Boys, Cypress Hill, Snoop Dogg (na época Snoop Doggy Dogg), o já falecido Tupac Shakur, Naughty By Nature, Public Enemy, N.W.A., e o Bone Thugs And Harmony. Do Brasil, eu curtia os Racionais, Thaíde e Dj Hum, Ataliba e a Firma, Doctor Mc’s. O que mais me havia fascinado no Rap era sua facilidade em se adaptar, em se misturar com outros ritmos, principalmente o Rock. Foi então que em 1995 eu ouço “Usuário” do Planet Hemp, Marcelo D2 e sua turma com um uma mistura de rap com tudo quanto é ritmo, além de letras que falavam desde violência da cidade grande, menores de rua, e é claro uma apologia à maconha. Marcelo D2 que viria depois a seguir uma carreira solo, com músicas ainda melhores do que as do próprio Planet Hemp, que misturam rap e samba. Desde a sua a criação o rap se modificou, se modernizou, se adaptou, se misturou, e deixou de ser só moda para se tornar um estilo consolidado, muito importante financeiramente e musicalmente, sendo atualmente o mais influente entre os jovens no mundo inteiro. Um artista que representa muito bem esse “Rap Contemporâneo” é Kanye West, que de produtor passou a também a atuar como rapper, sendo responsável por hits que misturam o Rap com os mais diversos estilos musicais. Seus três álbuns receberam inúmeros prêmios, provando ser um sucesso tanto comercialmente como com a crítica. Kanye West gosta muito de samplear vocais, geralmente da música Soul, para a produção de suas músicas. Exatamente hoje faz um ano que seu último álbum foi lançado, o seu melhor trabalho na minha visão, onde ele evoluiu musicalmente, utilizando-se de batidas sintéticas, e efeitos sonoros mais futurísticos e robóticos. Se distanciando um pouco do Soul e se aproximando mais de outros estilos musicais. Quem estiver com um tempinho e principalmente com um dinheirinho sobrando não pode perder as apresentações deste artista no Tim Festival, que acontecerá em São Paulo (22/10) e no Rio (24/10). Confiram: http://www.youtube.com/watch?v=3jzSh_MLNcY&feature=related http://www.kanyeuniversecity.com/

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Operation Ivy

“O FMI quer acabar com o rock!” Eu nunca me esquecerei do Claudão, louco, gritando aquilo no microfone d´A Obra em plena quarta-feira, às 02:30 da manhã, ao final do primeiro show do Silent Bob. Não, na verdade não era o primeiro show. Mas tratamos sempre como se fosse. Era o primeiro daquilo que a gente gostaria de ser enquanto banda. Formação clássica (Eu, Leo, Diogo e Yan), repertório dentro da proposta, lugar underground. Fizemos até os flyers anunciando “Silent Bob & The Jay Jay´s”, tocando “ska-billy”. Tirando os amigos, sempre presentes, até que a Obra estava cheia, comparando com outros shows da “quarta-sem-lei”. Normalmente, nesses shows só vão os convidados da banda. Se me lembro bem, preparamos um set list de umas 15 músicas, entre covers, versões e próprias. E tocamos todas em 40 minutos! Toda a preparação, ensaios, planos... em 40 minutos. Mas o público gostou. O Claudão correu pro microfone e mandou a pérola, e na seqüência: “... e nós não vamos deixar! Silent Bob & The Jay Jay´s”. Fomos forçados a fazer um bis não ensaiado. Resultado: acabamos repetindo quase o show inteiro. Só conseguimos sair do palco quando tocamos “Hey Ho, Let´s Go” sem saber a letra. Lembro que o Yan ficou puto, falando que aquilo de repetir músicas era ridículo. Pensando agora, ele deveria era agradecer, porque nem idade para estar na Obra ele tinha. Disse tudo isso porque pensei em falar hoje sobre o “Operation Ivy”. Nesse dia, me lembro bem de um cara na platéia, no canto, bêbado, balançando a cabeça durante as músicas e só levantava a cabeça entre uma música e outra para gritar: “Operation Ivy”. Não sabíamos nenhuma do Operation Ivy, e, pior do que isso, eu não conhecia o Operation Ivy. Achei um absurdo eu não conhecer uma banda cujo nome foi gritado pela platéia. No palco, me sentia como um professor de catecismo, ensinando para o público o que eles tinham que ouvir. Quando eu conheci as músicas do Operation Ivy eu entendi o pedido do cara. Nosso som se identificava muito com o daquela banda. Queríamos tocar ska e punk, mas éramos punk até quando não queríamos. Depois eu fui descobrir que o Operation Ivy foi a primeira banda de Tim Armstrong e Matt Freeman (guitarrista e baixista do Rancid, respectivamente). Esses caras ainda fundaram, antes do Rancid, outra banda da qual eu também sou fã, o Dance Hall Crashers. No nosso repertório, dentre os covers, tocávamos músicas do Rancid e do Dance Hall Crashers, ou seja, nada mais óbvio do que pensar que também tocávamos Operation Ivy. Ouvi e gostei. Realmente parece com o som que o Silent Bob fazia. Tem boas idéias, boa intenção, mas é cru. Falta muita coisa, a começar pela habilidade dos músicos. Com exceção do Matt Freeman (bem como do Yan). Escutem:

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Chico Buarque

Não que eu não goste de Chico Buarque. Aliás, deve até ser alguma espécie de contravenção admitir isso em público no Brasil. É algo que soa parecido a assumir que você tem preconceito contra alguma raça, credo ou forma de expressão sexual. Eu respeito a obra deste mestre da nossa língua. Reconheço não apenas seu talento como músico, competente que é, mas, sobretudo, como poeta, capaz de criar as mais belas imagens e fazê-las se encaixarem, em versos, em suas melodias. O fato é que eu gosto mesmo é de rock, em todas as suas vertentes. Uma das razões pela qual eu quis ter uma banda de rock foi pela atração natural das mulheres pelos roqueiros. Eu sempre fui gordinho, tinha cara de nerd, tirava boas notas na escola...queria, de alguma forma, mostrar que eu era cool, alternativo, atrativo. Arrumar uma namorada roqueira. Eis que Chico Buarque é, acima de qualquer outra coisa, o mestre maior da arte de conquistar as mulheres. Tudo bem que Deus ajudou dando-lhe um par de olhos azuis, mas eu nunca vi ninguém que chegasse perto do Chico no quesito mulheres. Apenas para comprovar essa teoria que já venho discutindo há anos em bares, eu andei espalhando por aí que tocava Chico Buarque no violão... eu sei que é gozar com o pau dos outros. Mas o objetivo não é gozar? Ouvia muito Chico quando eu era pequeno, nos discos dos meus pais. Depois, a cada série na escola, a professora de Português trazia uma música do Chico para estudarmos as letras. Senti o interesse das meninas e a inveja dos meninos. Nas aulas de violão, Chico era a dica de conquista do Gustavão. Hoje, não escuto voluntariamente. Mas sempre que escuto, penso: "Esse é o cara!". Enfim, não sei de nada que aconteceu com o Chico Buarque após os anos 80, só conheço as músicas velhas mesmo. Não li seus livros, nao vi seus filmes. Mas ele não precisava fazer mais nada além de Apesar de Você e Tatuagem para entrar para a história. Por fim, duas confissões: 1 - Eu não toco Chico no violão porra nenhuma (é foda); 2 - O Diogo me disse ontem que gostava de Chico. Para usar as palavras dele, "surpreenda-se". Em homenagem a quem me inspirou para este post e em muitas outras iniciativas e está sempre lá por mim:
P.s.: Carol, obrigado por tudo!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Leo Jaime

Até hoje eu só pedi dois autógrafos. Um, quando eu tinha uns 13 anos, em Guarapari, nas férias com a minha família. De repente, quando eu olhei pra trás, um círculo de crianças havia se formado em volta de um banquinho na beira-mar. O barraqueiro disse que um rapaz era jogador de futebol do Cruzeiro. E era o Belletti. Na época, não o conhecíamos, mas confiando no barraqueiro pegamos o autógrafo assim mesmo. Lembro que levamos um daqueles porta-guardanapos e pegamos uns 10 guardanapos de autógrafos. Anos mais tarde o jogador até que ficou famoso. O outro, bem, este eu pedi mesmo, sabendo o que eu estava fazendo. Normalmente acho ridículo as pessoas ficarem de tietagem, tratando famosos como se fossem seres de outro mundo, mas eu fiz questão de ter o meu disco do Leo Jaime autografado. Sim, eu me orgulho de ter o vinil "Sessão da Tarde" autografado pelo Leo Jaime. E olha que faz pouco tempo isso (uns 4 anos). Foi em BH, numa apresentação violão e voz do Léo Jaime, em dueto com o guitarrista do Ultraje, no Café Cancun (um restaurante/boate que já até fechou). Sempre fui fã dos trabalhos do Leo Jaime, e quando soube do show, fui um dos primeiros a comprar o ingresso. No dia do show não pensei duas vezes antes de colocar o meu vinil e um pincel atômico no carro. Assim que o Leo Jaime entrou na casa, levantei o disco, e ele veio na mesma hora em nossa direção. Solícito, deu os autógrafos. Ainda emprestei minha caneta para que ele desse outros autógrafos. Triste mesmo foi que, enquanto eu voltei ao carro para deixar o disco autografado (para curtir o show de mãos livres), o Leo Jaime foi tirar foto com o pessoal que estava comigo, e eu fiquei sem aparecer na foto. Desde criança lembro de gostar das músicas do Leo Jaime, que eram sucesso nas rádios da época. As suas músicas falam diretamente comigo, o que eu quero ouvir, e dizer. Gosto das melodias e letras de estilo simples e que conseguem ir direto ao ponto. Gosto do estilo anos 50 das músicas, dos arranjos new wave, dos romances fantasiados, da rebeldia rasa, imagens de um mundo que não existe (e acho que nunca existiu, a não ser nos filmes). Falando de música, "Sessão da Tarde" parece uma coletânea, todas as músicas são famosas. Os outros discos, apesar de mais obscuros (ou menos recheados de sucessos), são igualmente geniais na minha opinião. Não deixem de conferir seu trabalho como compositor, cunhando sucessos que marcaram época cantados por Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Leoni, João Penca e seus Miquinhos Amestrados, dentre outros. Leo Jaime também é jornalista, cronista, e até comentarista de futebol. Em 2008 Leo Jaime lançou seu primeiro disco de inéditas em quase 20 anos. Este eu ainda não consegui ouvir. Se alguém tiver, ou souber onde eu consigo...

http://br.youtube.com/watch?v=J6dwER75Wwo&feature=related

domingo, 7 de setembro de 2008

Os Baratas Tontas

No final dos anos 90, Belo Horizonte era uma cidade muito mais legal que hoje. Isso, musicalmente falando. Naquela época havia uma cena hardcore na cidade, que influenciou e muito na nossa juventude (na minha pelo menos). Nomes como Shelter e NoFX passaram por BH nessa época. Lembro com saudade daquele tempo. Quase que mensalmente, a Motor Music promovia um festival no Lapa Multishow (sim, na casa de forró) chamado "Arde Cuore" e trazia a BH grandes nomes, sendo que o mais foda até hoje foi o Lagwagon (me ajudem a lembrar se eu estou enganado). Na época, eu, o Léo, o Diogo e o Yan tinhamos uma banda (Silent Bob & The Jay Jay´s), mas, mais legal que isso, costumávamos ir nesses shows juntos. Sim, o Diogo até se arriscava em uns stage divings (e tomava uns tombos). Numa dessas edições do "Arde Cuore", acho que foi uma com Man or Astroman?, nos surpreendemos com a banda que estava fazendo o show de abertura. Baixo acústico. Nunca tinha visto um baixo acústico no palco, e ainda por cima misturado com um som punk. Eram os Baratas Tontas, liderados pelo lendário Luiz Fireball. Psychobilly de primeira, e de BH! Fiquei fã na mesma hora da banda, e foi pra mim o melhor show da noite. Letras de terror, sacanagem e filme B. Na mesma semana, eu e o Yan compramos em sociedade o cd na Galeria Praça 7, e não paramos de escutar o disco. Depois, passamos a seguir os Baratas pela cidade, todos os shows que eles faziam, tinhamos presença garantida. Infelizmente, a banda acabou e, pra nossa sorte, eles costumam (ou costumavam) fazer um show anual em BH. Para quem tiver a chance de vê-los, é imperdível. Os Baratas Tontas são responsáveis por um clássico do cancioneiro independente nacional, que eu mostro a vocês. Borzeguins ao leito. Divirtam-se, putada!

sábado, 6 de setembro de 2008

The Living End

As primeiras vezes costumam ser inesquecíveis. Eu não me esqueço da primeira vez que ouvi o "The Living End". Tinha 15 anos e estava morando nos Estados Unidos, fazendo intercâmbio. Ouvia muito rádio, mas minha estação preferida era especializada em classic rock e só tocava sons dos anos 60, 70 e 80. Entretanto, foi numa tentativa de escutar uma rádio "moderninha" que Prisioner of Society chegou aos meus ouvidos. E foi tudo o que eu queria escutar pelo resto do intercâmbio. Lembro que corri para a loja e comprei o cd, não consegui parar de escutar. Era tão bom que precisava dividir aquilo com os outros e mandei por correio um cd para o Leo e o Diogo (naquela época Deus ainda não havia se tocado do MP3). O disco, que levava o mesmo nome da banda era lindo. Power trio pesado, com um guitarrista virtuose e baixo acústico. O som era pesado, com influências punk, ska e rockabilly. Peso e virtuosismo em músicas de 3 minutos. Perfeito. E eu que sempre quis ter uma banda pensei: "esse é o tipo de música que eu quero fazer". Achei os caras que sintetizaram em seu som tudo aquilo que eu gosto de escutar. Até hoje, o disco "The Living End" é um dos meus mais queridos álbuns e o que eu mais gosto de apresentar para as pessoas. Depois dele, o Living End lançou outros quatro álbuns, incluindo um agora em Julho deste ano (White Noise), sendo que eu tenho os outros três, mas seguramente nenhum deles conseguiu repetir o impacto que foi para mim aquele primeiro álbum. Desta banda australiana eu recomendo tudo, mas chamo a atenção de vocês para duas canções em especial:
www.thelivingend.com

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Mojo Nixon

E falando ainda em politicamente incorreto, me lembrei de outro artista relacionado ao country que chamou muito a minha atenção nas últimas semanas e tem sido uma constante no som do meu carro. Falo de Mojo Nixon, um dos nomes do movimento psychobilly, reconhecido por misturar punk e rockabilly, especialmente fértil nos anos 80. Assim como os Ranchous Brothers, o legal do Mojo Nixon são as letras, mas o diferencial deste artista está na irreverência com que critica os ídolos da música pop (e da cultura pop) como um todo. Em suas músicas, Nixon critica astros como Rick Astley, Morissey, Debbie Gibson e Don Henley, além de achar espaço para falar mal de Michael J. Fox e até do McDonald´s. As sugestões deste artista são muitas, mas as minhas preferidas são "Elvis is Everywhere" e a versão hilária de "Girlfriend in a coma" do Smiths. Infelizmente, para os que gostaram do som, Mojo, que teve seu período mais fértil nos anos 80, se aposentou em 2004 e atualmente faz shows esporádicos, principalmente nos EUA. Ficam então as indicações:

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

The Raunchous Brothers

Eu nunca ouvi nada mais politicamente incorreto. Descobri na Internet que se trata de uma banda de Chicago, do início dos anos 2000. O som é grindcore. Muita coisa trash metal, alguma coisa de hardcore. Os vocais são alt country. As gravações são toscas, parece que só fizeram demo, mas as letras... aí está a peculiaridade dessa banda. Depois que eu escutei essa banda, eu fiquei só pensando no Matanza. Eu acho que é isso que o Matanza sempre quis ser, mas tem vergonha de fazer igual. Tem vergonha de falar as merdas que esses caras falam. Eu tava pensando em dar uns exemplos, mas não tenho coragem de escrever o que esses caras falam. Mas é interessante. Não, eu não concordo com essas coisas, mas de alguma forma eu gostei de ver uma coisa tão anarquista em pleno século XXI, que está se notabilizando pela "correção" nas artes. Vou deixar apenas o link para o youtube e last.fm.