quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

MILLOR FERNANDES

Bem... como podem perceber, esse não é o tipo de coisa que veriam aqui... mas uma invasão pode também ser uma boa surpresa... então... ------------------------------------------------------------------------------------------------- Poesia Matemática "Às folhas tantas dum livro matemático Um Quociente apaixonou-se Um dia Doidamente Por uma Incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerável E viu-a, do Ápice à Base... Uma Figura Ímpar; Olhos rombóides, boca trapezóide, Corpo ortogonal, seios esferóides. Fez da sua Uma vida Paralela a dela. Até que se encontraram No Infinito. "Quem és tu?" indagou ele Com ânsia radical. "Sou a soma do quadrado dos catetos. Mas pode-me chamar de Hipotenusa. "E de falarem descobriram que eram O que, em aritmética, corresponde A almas irmãs Primos-entre-si. E assim se amaram Ao quadrado da velocidade da luz. Numa sexta potenciação Traçando Ao sabor do momento E da paixão Rectas, curvas, círculos e linhas senoidais. Escandalizaram os ortodoxosdas fórmulas euclidianas E os exegetas do Universo Finito. Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. E, enfim, resolveram-se a casar Constituir um lar. Mais que um lar. Uma Perpendicular. Convidaram para padrinhos O Poliedro e a Bissectriz. E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro Sonhando com uma felicidade Integral E diferencial. E casaram-se e tiveram uma secante e três cones Muito engraçadinhos. E foram felizes Até aquele dia Em que tudo, afinal, Vira monotonia. Foi então que surgiu o Máximo Divisor Comum... Frequentador de Círculos Concêntricos. Viciosos. Ofereceu-lhe, a ela, Uma Grandeza Absoluta, E reduziu-a a um Denominador Comum. Ele, Quociente, percebeu Que com ela não formava mais Um Todo. Uma Unidade. Era o Triângulo, Tanto chamado amoroso. Desse problema ela era a fracção Mais ordinária. Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade. E tudo o que era espúrio passou a ser Moralidade Como aliás, em qualquer Sociedade."

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Darvin

Olá pessoal. Esse é mais um texto da Roberta:
Em janeiro de 2005 ou 2006, não me lembro ao certo, estava de férias com minha família em Cabo Frio quando ouvi falar num festival de rock que haveria la. Não sei o nome desse festival, mas me lembro que era algo alternativo, ou pelo menos para mim, já que das 10 bandas que iriam se apresentar eu só conhecia uma: o CPM 22. E foi por isso, e pelo fato de eu realmente gostar de hardcore, que comprei o passaporte (além de não vender só um dia separado...). E lá fui eu com a Ana para o festival. Como o CPM22 só iria se apresentar no domingo, eu não estava muito animada quando saí de casa no sábado. Mas, como diz o Edinho, é sempre bom conhecer coisas novas. E foi nesse espírito que conheci o Darvin. Eles são uma banda de hardcore adolescente (ou vice-versa) e apesar de terem letras meio infantis, a batida me conquistou na mesma hora. E, como sempre, eu comprei um cd, que na verdade escuto até hoje. Domingo passado, voltando de Bambui, ao parar em um buteco de beira de estrada em Martinho Campos, vi o cartaz de uma festa que havia acontecido em Dores do Indaiá, e qual foi a minha surpresa ao ver que a atração principal era o Darvin. Foi estranho ouvir falar deles depois de tanto tempo e fiquei pensando se o som deles ainda seria o mesmo. Acho que não, mas gostaria relamente de saber. E caso alguém saiba de algum show deles me avise por favor. E ouçam minha sugestão, acho que vão gostar. Pelo menos da melodia...
Ate o amanhecer: http://br.youtube.com/watch?v=9prVyKiLKCA

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Chico Science & Nação Zumbi

Outro dia lembrei que já fui o Chico Science. Isso foi nos idos de 2001. Primeiros dias de faculdade. Aula de Introdução ao Estudo do Direito ou alguma matéria dessas básicas que o valha. O professor, um garotão, cismou que eu era parecido com o Chico Science e começou a me chamar de Chico Science. Rapidamente, o apelido chegou a Chico. E nunca passou disso. Ao contrário do que o Tio Didi defende, que os primeiros dias de faculdade são definitivos na formação da sua imagem e como você vai ficar conhecido, o apelido não pegou. Se bem que eu realmente era mais parecido com o Henrique Portugal do Skank que o Chico Science propriamente dito. O que pegou foi Edinho. Logo no primeiro dia de aula na Milton Campos, na aula de Metodologia, a professora pediu a cada um que disesse seu nome e por que havia escolhido o curso. Na minha vez eu disse "Edinho" e que gostava de escrever, e fazer Direito era a única maneira de ganhar dinheiro escrevendo nesse país. É o Araki quem gosta de repetir essa história. O Lucas, professor de IED, continuou me chamando de Chico Science durante todo o ano em que nos deu aula. E eu me identificava muito com esse professor pelo fato de ele gostar de rock, ter tido banda, ter sido intercambista. De alguma forma a gente compartilhava de um mundo parecido. E isso me fez ser bastante popular no início da faculdade, porque eu era retratado para os colegas, pelo professor mais popular, como um cara diferente e legal. Um dos raros shows do Silent Bob foi inclusive na festa de encerramento de um seminário de Filosofia do Direito promovido pela faculdade, mas deixa essa história pra depois. Na verdade, eu nunca fui muito fã do Chico Science não, mas, ouvindo no carro outro dia, tenho que reconhecer que o cara teve o seu valor no rock nacional. O Lobão falou uma vez que quando ouviu Chico Science pela primeira vez pensou: "estamos no primeiro mundo". De fato, depois da bossa nova, apenas Science conseguiu inovar na música, criando algo além da simples mistura de ritmos que a gente vê por aí toda hora. Criou uma forma de compor, letra e música. Uma forma de retrar o Brasil que geralmente fica à margem do rock. Ponto pra ele.
P.s.: A sugestão é ouvir "Rio 40 Graus" com Chico Science e Fernanda Abreu, mas eu não achei essa no Youtube. Assim, procurem, se tiverem curiosidade. Ele transformou a música chata em obra de arte.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Talking Heads

Escolhas. No início dos anos 2000, dois grandes shows movimentaram Ouro Preto. Um, o mais famoso, do Skank, que virou um DVD "MTV Ao Vivo", o outro, menos famoso mas não menos cheio, do Jota Quest. Eu devia ter uns 16 ou 17 anos, e o costume era passarmos todo o mês de julho, ou uma parte dele, em Ouro Preto, no Festival de Inverno. Durante o Festival de Inverno a cidade estava sempre movimentada, cheia de jovens que se achavam artistas hippies e, principalmente, cheia de meninas doidinhas vindas de São Paulo. Esse universo povoava as noites da cidade, que passavam a ser regadas por algum programa cultural na Praça Tiradentes, como o show do UAKTI, um amontoado de barulhinos na noite fria. Entretanto, nesses festivais, em meio a muito frio e vinho chapinha (que eu não bebia, é óbvio), costumavam aparecer uma ou duas bandas grandes, geralmente no dia 8 de julho, data em que é comemorado o aniversário da cidade. Nesses dias, o show era o evento obrigatório. Toda a cidade, e muita gente vinda de BH, Itabirito e região, se reunia na Praça Tiradentes para o show de graça. Me lembro bem do show do Jota Quest. Cidade lotada, meus primos de Belo Horizonte se aprontando, eu e os meninos em Ouro Preto para o festival de inverno. Palco montado. Grande estrutura. Você poderia achar que eu iria ao show do Jota Quest. Escolhas. O show rolando na praça e eu, Leo, Diogo, resolvemos ir prestigiar o show da Banda Marakujina, que ia ocorrer na mesma noite. Isso é que é ser alternativo. A Marakujina não passava de uma bandinha pop-rock de garagem de Ouro Preto, mas eu gostava do show deles porque uma vez, acho que quando eu tinha 14 anos, em uma das minhas primeiras saídas, eles tocaram no CAEM (que é a "boate" de Ouro Preto). E, nesse show, mandaram o que só depois eu descobriria se tratar de Psycho Killer, do Talking Heads. Me amarrei no "fa fa fa fa" e nasceu o mito Marakujina. Se fosse hoje, com certeza iria no show do Jota Quest, não por gostar da banda, mas por não ter o menor sentido trocar um show profissional, cheio de sucessos, com grande som, luz, por um showzinho mediocre de uma bandinha de fundo de quintal, ainda pagando. Para piorar, é óbvio que o show da Marakujina começou após o do Jota Quest. O que lembro, me deixou puto na época. Desse episódio, fica o Talking Heads, motivo pelo qual eu gostava dos shows do Marakujina. Essa é uma banda revolucionária liderada pelo igualmente doido David Byrne, que promovia uma fusão do rock com qualquer outra coisa, sendo rock, pop, punk, new wave, intelectual, funk, barulinho, mas sem ser chato. Isso depois foi chamado de World Music, e o Sting fez parecer um porre. Quer dizer, na verdade é banda para músico. Exemplo disso é o fato de a música "Radio Head", do álbum True Stories de 1986 do Talking Heads, servir de inspiração para Thom Yorke batizar, anos mais tarde, a sua banda, o Radiohead, atual queridinha do rock e que se apresenta no Brasil em breve, com status de maior headliner do ano. No Brasil, os Talking Heads são idolatrados por gente como Herbert Vianna. Os Paralamas até chegaram a fazer uma versão de "Life During Wartime" em seu MTV Acústico. Talking Heads é uma grande referência, para mim, de experimentalismo e criatividade pop.
Ouçam Radio Head, que inspirou o nome da banda homônima: http://br.youtube.com/watch?v=QegMMLu5al4 "Fa fa fa fa": http://br.youtube.com/watch?v=l5zFsy9VIdM "Life During Wartime" - na versão original: http://br.youtube.com/watch?v=EYtExWp8vDI&feature=related

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Editorial

Pessoal, nesse primeiro editorial de 2009 eu queria dizer que é surpreendente que esse blog tenha chegado até aqui! E ainda por cima com algum fôlego. Por isso espero que em 2009 a gente possa ir ainda mais longe com essa história. Para esse ano eu pretendo mudar um pouco os ares do blog. Trazer alguns textos "de fora" que eu gosto, além de falar mais de cinema e literatura. Não, para a tristeza de alguns ainda não vou apelar para a pornografia (apesar de gostar). O importante nisso tudo continua ser o contato com os leitores. Desde que eu comecei o blog, sempre tive a curiosidade de saber quantas pessoas passam por aqui, mas nunca consegui de fato instalar um contador de acessos. Assim, resolvi fazer a pesquisa que se encontra no canto direito do site e vai ficar no ar pelos próximos 20 e poucos dias. Peço que todos respondam, de forma a deixar claro quantas pessoas visitam o blog, bem como a frequência. Isso vai servir de base para eu decidir qual será a frequência com que novos textos serão postados. Conto com vocês no voto das pesquisas. Coloquei também em cada texto a opção de ter um feedback de quem lê e não comenta. Por fim, acrescentei um quadro de seguidores, para que os mais assíduos possam mostrar a sua cara. Essas pessoas poderão falar o que acharam do texto. No mundo moderno, informação é tudo, bem como a "satisfação do cliente". É a Discoteca do Édio trabalhando para melhor servi-los. Um grande abraço.
P.s.: Alguém percebeu alguma mudança na minha descrição?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Clerks (O Balconista)

Quero fazer um desabafo sobre minhas preferências cinematográficas. Nos últimos tempos, quando converso com as pessoas sobre cinema, elas me fazem parecer um retardado mental de 12 anos de idade só porque eu digo que gosto de comédias, especialmente aquelas de high school americanas que se passam numa pacata cidade do interior, com altas gatas, jogadores de futebol pegadores e nerds, tudo tal qual narrado em riqueza de detalhes pelo Didi em seu último post. Mas o que eu queria mesmo falar com essas pessoas é que eu sei do que eu gosto e, acredite, eu entendo do assunto. Sabe aqueles caras que conversam sobre o "novo cinema alemão" de Fassbinder, o existencialismo vazio de Bergman, o cinema novo de Glauber Rocha, as criações de Fellini, a nouvelle vague de Truffaut e Godard e se perdem em enfadonhas divagações sobre a crítica social-existencialista feita a partir das lentes desfocadas e tediosas desses cineastas. Não fica parecendo que só eles entendem de cinema? Não é como conversar com alguém sobre música clássica e jazz? Ou Pelé e Garrincha, falando do Romário e do Ronaldo? Pois é, eu sei do que eu tô falando quando digo que gosto de comédia. Acho que o trabalho de mestres do quilate de John Hughes, que revolucionou o cinema ao tratar diretamente da questão do crescimento, dos ritos de passagem, do longo caminho entre a infância e a vida adulta, precisa ser ressaltado. Não é a toa que ele é reconhecido como o "filósofo da puberdade", e autor e diretor de clássicos eternos como Curtindo a Vida Adoidado (meu favorito), Gatinhas e Gatões, Quem Vê Cara Não Vê Coração, Clube dos Cinco, A Garota de Rosa Shocking, além de ser o grande idealizador do já clássico Esqueceram de Mim. O que eu mais gosto em seu trabalho é a ausência de preocupações existenciais, fator comum a todos os seus filmes. São filmes em que a gente sabe que tudo vai dar certo no final, mas o que importa é o caminho. Merece reconhecimento também o trabalho dos Irmãos Farrelly, os gênios criadores de Quem Vai Ficar Com Mary?, Debi e Lóide, Eu, Eu Mesmo e Irene, Esses Loucos Reis do Boliche, O Amor é Cego, Ligado em Você, Diga Que Não É Verdade ou Outside Providence. O que me fascina em seus filmes é a forma bem humorada com que inserem em suas histórias personagens maculados por alguma deficiência física ou mental que os diferencia dos "normais", entretanto, apenas externamente. Quem não se lembra do irmão retardado de Mary, ou do policial bipolar vivido por Jim Carrey em Eu, Eu mesmo e Irene, ou mesmo da linda história dos irmãos siameses de Ligado em Você? ou da pureza do olhar de Jack Black, que, apaixonado pela garota obesa em "O Amor é Cego", foi capaz de ver todas as suas qualidades. Um de seus segredos é a atilização de cenas de flashback para mostrar à platéia como um evento traumático do passado acompanha a vida das pessoas e forma o seu caráter. Além disso, as trilhas sonoras desses filmes sempre são maravilhosas, rejuvenescendo grandes nomes esquecidos do pop/rock americano dos anos 70 e 80 ou trazendo novas versões dessas músicas por artistas independentes. Tudo isso permeando grandes aventuras, cheias de mudanças e surpresas, que torna seus finais sempre surpreendentes e cheios de reviravoltas. Além desses, eu sou grande fã do Tarantino (mas as pessoas que me criticam também são, tornando desnecessário falar sobre ele aqui), assim como do Ridley Scott (de Top Gun) e os Irmãos Coen (vencedores de 4 Oscars). Destaco também o grande Cameron Crowe, que fez sucesso com Titanic, mas me ganhou com Picardias Estudantis, Quase Famosos, Tudo Acontece em Elizabethtown, Singles e especialmente Jerry Maguire e continua na ativa e com muito potencial pela frente. Seus filmes são conduzidos como uma canção pop, cheios de referências culturais, e que, tem em comum o fato de retratarem um importante aspecto da cultura americana: a facilidade com que as pessoas podem atingir, por seus méritos e deméritos, o sucesso e o fracasso. Entretanto, nesse post específico, eu quero apresentar aos meus leitores (menos ao Leo, Diogo, Yan, talvez a Fabi, rs...) o grande Kevin Smith! Esse cara que em 1994 e gastando apenas 27 mil dólares foi capaz de fazer com que uma comédia em preto e branco e que se passa apenas em uma loja de conveniência faturasse mais de 3 milhões de dólares, além de ser premiada em Cannes e Sundance. Trata-se de "Clerks" - no Brasil, "O Balconista". Uma verdadeira obra prima que introduz todo um universo de personagens retirados de histórias em quadrinho, linguagem de nerd e idéias mirabolantes, típicas daquelas de conversas de boteco entre grandes amigos. Não dá para deixar de assistir. Ao Balconista, seguiram-se as também obras-primas: Barrados no Shopping e Procura-se Amy. Depois, vieram Dogma, A Menina dos Olhos, O Império do Besteirol Contra-Ataca e O Balconista 2. O que impressiona é o vigor do conteúdo de seus roteiros em que importantes questões, como o racismo na américa, são discutidas com grande frescor, usando Guerra nas Estrelas como ponto de referência. Ou, discutindo a questão da homossexualidade em passagens como "Since you like chicks, right, do you just look at yourself naked in the mirror all the time?". É nessas horas que a força do script de Smith arrebata a audiência. Força que só se compara aos diálogos do mestre Tarantino. E é por isso que seus filmes transformaram instantaneamente a minha vida, dando, inclusive nome à nossa banda: Silent Bob and The Jay Jay´s. Ou seja, quem foi que disse que não há arte, pragmatismo e identidade nos filmes de comédia? Obrigado por ficarem até o final comigo neste desabafo, e não venham me falar que eu gosto de filmes bobos. Bobo é quem gosta do que não entende ou finge que gosta do que finge que entende só para se passar por inteligente.
Vejam um trecho de "O Balconista": http://br.youtube.com/watch?v=GTbusMZEL0Q

domingo, 18 de janeiro de 2009

Queen - O Show

Muita gente já me pediu pra contar como foi o show do Queen. Agora tão achando que eu não fui, ou mesmo que eu fui e não gostei. Nada disso é verdade. A verdade é que eu fui e estou sem palavras até agora para o show. Qualquer coisa que eu fale aqui vai ser menor que a experiência de ver o Queen ao vivo. Alguns irão dizer: mas que Queen é esse sem o Freddie Mercury e o John Deacon. Para esses eu respondo com uma pergunta: você já viu o Brian May e o Roger Taylor juntos e ao vivo? Tocando as músicas do Queen? Pois é... eu vi, e a magia estava presente em cada momento. O show promove o disco The Cosmos Rocks, primeiro trabalho de inéditas produzido pelo que é agora chamado de Queen + Paul Rodgers. Na verdade, pelas músicas do disco novo que foram tocadas no show, o trabalho parece ser muito bom, assimilando influências do Queen e de Paul Rodgers, dando impressão de um álbum bem original. Paul Rodgers, o "novo" vocalista do Queen acerta ao não tentar em nenhum momento competir ou substituir Freddie Mercury, e, ao fazê-lo, consegue imprimir seu grande estilo e potência vocal nas músicas do Queen, que ganham nova linha melódica com ele aos microfones. Paul Rodgers não é nenhum novato no rock. Trata-se de uma das maiores vozes do rock, atingindo grande sucesso nas bandas Bad Company e Free, onde obteve reconhecimento da crítica e êxito de vendas. O interessante é que Paul, Brian e Roger dividem muito bem os holofotes durante o show, onde nenhum deles predomina e todos têm seu momento de glória, inclusive dividindo os vocais. O show, que começa com clássicos do Queen tem seu ponto alto no final, antes do bis, quando a banda emenda uma sequência incrível de hits com "Under Pressure", "Radio Gaga", "Crazy Little Thing Called Love", "Show Must Go On", fechando com a esperada "Bohemian Rhapsody" que, confirmando a lenda do rock, não é mesmo tocada 100% ao vivo, mas causou arrepio em todos que viram, no telão, Freddie Mercury ao piano, introduzindo a música, com May e Taylor acompanhando ao vivo seguido da operetta e final apoteótico com a banda completa quebrando tudo no palco. Houve, nessa hora, grande comoção do público. Impressionante ver como o Queen tocou mais de duas horas seguidas com muito vigor. Enfim, não há palavras que possam descrever esse momento que, para o meu prazer e orgulho, pude compartilhar com o meu pai, o maior fã do Queen que eu conheço. Um desses momentos únicos na vida, que justificam qualquer sacrifício feito para estarmos lá.
Veja o set list do show:
Hammer To Fall -Tie Your Mother Down - Fat Bottomed Girls - Another One Bites The Dust - I Want It All - I Want To Break Free - C-Lebrity - Surfs Up…Schools Out! - Seagull - Love Of My Life - 39 - I’m In Love With My Car - A Kind Of Magic - Say Its Not True - Bad Company - We Believe - Bijou - Last Horizon - Under Pressure - Radio Gaga - Crazy Little Thing Called Love - Show Must Go On - Bohemian Rhapsody - Cosmos Rocks - All Right Now - We Will Rock You - We Are The Champions.
Veja Bohemian Rapsody ao vivo em São Paulo: http://www.youtube.com/watch?v=Vc3WCeAXvyk

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

No Doubt

Nesse Reveillon fiquei pensando que já estamos há quase 10 anos no "ano 2000". Curioso é que durante toda a minha vida (entre 1983 e 1999) as pessoas se referiam ao ano 2000 como se fosse a coisa mais longe, o maior sinônimo de modernidade. Eu ficava imaginando como seriam os carros no ano 2000, os computadores, as roupas... Eis que finalmente chegou o tal do ano 2000. E, pior, chegou, passou, e ficou uma sensação de que nada mudou. Cadê o futuro? Cadê os carros voadores do "De Volta Para O Futuro"? Cadê o Bug do Milênio? Eu tô com a sensação de que esperei com ansiedade demais o futuro do ano 2000, ou será que o futuro veio e, no correr do dia-a-dia, nós o atropelamos. Será que nos acostumamos com todas as novidades e hoje tratamos como se elas estivessem aqui desde sempre? Me lembro muito bem do Reveillon da virada de 1999 para o ano 2000. Eu estava nos EUA com o Yan. Estávamos programando passar as férias de janeiro de 2000 nos EUA, mas resolvemos antecipar a viagem para o dia 29 de dezembro para podermos ir a um show do ZZ Top com Lynyrd Skynyrd que seria no dia 30 (aniversário do Yan), que de fato fomos e foi inesquecível. Entretanto, a noite da virada foi decepcionante. Enquanto os meus pais americanos saíram com os amigos, eu e o Yan passamos o Reveillon baby sitting para o Chase, o Chad e mais dois amiguinhos deles, que iam dormir lá em casa. Ou seja, começamos o milênio correndo atrás de moleques de oito anos de idade. Daí uma possível explicação para a minha já conhecida falta de sorte com Reveillon (se bem que o desse ano contrariou a regra!). Daquele Reveillon o que salvou foi o "show da virada", que nos EUA, sem o ilustre Fausto Silva e os famosos fogos de Copacabana, foi comandado pela MTV, com um show do No Doubt nos estúdios da emissora, direto de Nova Iorque (isso é que é português hein!), com direito a contagem regressiva e fogos na Times Square. A diversão ficou por conta do No Doubt. Me lembro como se fosse hoje que a música que "introduziu" o "novo milênio" foi It´s the end of the world as we know it, que na minha opinião ficou muito mais legal na versão ska, com a voz da Gwen, do que na versão (já legal) do R.E.M. Lembro de ter comentado com o Yan que a diferença de estarmos nos EUA no Reveillon era que víamos uma banda de ska na TV, ao invés de um grupo de pagode ou o Daniel. Enfim, acho que nessa altura do campeonato nem o No Doubt existe mais. Para quem não conhece, o No Doubt vai muito além de "Don´t Speak", que tornou-se uma música chatíssima ao ser executada à exaustão nas rádios brasileiras em 1997/1998, mas é uma grande banda de ska third wave, que merece ser conhecida por todos os que gostam do estilo. E aguardo com ansiedade o "Bug de 2038", espero que até lá os carros já voem. Enquanto os carros não voarem, na minha cabeça, o futuro não vai ter chegado! (vale lembrar que, o futuro do De Volta Para o Futuro II se passava em 2015, ou sejá, há 6 anos de nós).
Vejam o vídeo de "It´s the end of the world as we know it" por No Doubt (o mesmo que eu vi na TV, ao vivo!): http://br.youtube.com/watch?v=ei1BZwb4wik
Veja o No Doubt (versão ska): http://br.youtube.com/watch?v=yZJIoCmIzRE
Para informações sobre o Bug de 2038: http://pt.wikipedia.org/wiki/Problema_do_ano_2038