sexta-feira, 8 de maio de 2009

Raimundo Fagner

Após um mês de merecidas férias, o blog voltou! Tô brincando. Não foi isso não. É que eu resolvi tirar um mês sabático no blog, tava precisando reorganizar os pensamentos. Não, também não era isso não. Só não estava com vontade de escrever no blog mesmo. A Roberta todo dia vinha me encher, dizendo que ninguém mais ia ler o blog quando eu voltasse a escrever. Mas a verdade é que antes de eu ter blog, ninguém lia mesmo. Agora, já são 85 posts. Nunca imaginei que pudesse chegar até aqui, e a Carol sabe bem disso. Voltei porque tenho algo guardado que eu quero divir com vocês (se é que alguém ainda está por aí). Outro dia eu estava matando o tempo na Leitura com a Roberta, esperando o cinema começar, quando vi um livro da Florbela Espanca na estante. Imediatamente corri e peguei. Queria mostrar para a Roberta quem era a autora de "Fanatismo", que eu conheço desde pequeno como a música do Fagner. Pouca gente sabe mas eu cresci ouvindo Fagner por influência do meu pai, que até onde eu sei, gosta de três artistas, nessa ordem: 1 - Queen, 2 - Fagner, 3 - Paralamas do Sucesso. Florbela Espanca, hoje eu sei, foi uma poetisa portuguesa do início do século XX, autora de sonetos delicados e confessionais, de impressionante contemporanidade, que lembram muito a obra de Vinícius de Moraes. Entretanto, apesar de ter crescido ouvindo Fagner, fui conhecer a Florbela Espanca apenas recentemente, quando vim para Brasília. Foi a Dadá quem me mostrou "Fanatismo", retirado de um recorte de jornal que ela tinha dado para a Janaína. Quando eu bati o olho disse: "mas essa é a música do Fagner!". Aí que eu fui entender. Além de "Fanatismo", Fagner ainda musicou outros dois poemas de Florbela: "Fumo" e "Tortura". Para mim, nada se compara a "Fanatismo", que considero um dos mais belos poemas de amor da história, e que eu dedico, hoje e sempre, à Roberta! Te amo!
Fanatismo
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!..."
Florbela Espanca - Livro de Soror Saudade (1923)

4 comentários:

  1. Eu ainda sou um dos que, trouxamente, ainda acesso esse endereço diariamente para ver se tem coisa nova.

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  2. nao e so vc nao diogo, eu tb, como disse o edinho " todo dia vinha me encher,", pq eu ainda acredito no blog...
    amor, e a segunda vez que choro lendo esse poema, e acho que vc sabe quando foi a primeira neh..
    te amo!
    obrigada

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  3. o pior mesmo e quando o proprio dono do blog nao entra, e nao olha o que ta acontecendo!

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  4. Fagner para mim é eternamente: FAZER BORBULHAS DE AMOR!!! kkkkkkkkkkk

    Mamae tb é fã dele, mas esta música, que citei, é a mais marcante! rs

    Bjocas

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