sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Plebe Rude

Inicialmente, gostaria de desejar um feliz natal a todos aqueles que ainda leem (sim, eu já me adaptei às novas regras ortográficas) esse blog. Nessas últimas semanas eu trabalhei muito, e, consequentemente, fiquei sem tempo de atualizar a leitura dos senhores (as). A Laura estava comigo em Brasília esses dias, então tivemos a oportunidade de, na quinta-feira passada, irmos a um show que eu estava querendo ver há muito tempo: Plebe Roots. Um projeto do Phillipe Seabra e do André X (ambos da Plebe Rude), em que o repertório é composto pelas músicas que influenciaram a Plebe Rude no início da carreira. Ou seja, muito punk, pré-punk e pós-punk. Eu sempre respeitei a Plebe Rude enquanto banda de rock nacional. Eram, para mim, o "The Clash" brasileiro (guardadas as devidas limitações e proporçôes, é óbvio). Gostava de músicas como "O Concreto já Rachou" e "Até Quando Esperar". Eu nunca vi a Plebe Rude ao vivo, mas sei que hoje em dia eles tocam inclusive com o Clemente (ex Inocentes), na guitarra. Mas já vi muitos trabalhos paralelos do Seabra, inclusive um chamado "Clash City Rockers", especializado em covers do The Clash, além de discos de bandas de Brasília produzidos por ele, como os Bois de Gerião. Ou seja, para mim, o Phillipe Seabra é um grande nome do rock nacional. Interessante é que o Seabra não é brasileiro. Nasceu em Washington, D.C. nos EUA. Sobre o show, fui um dos melhores shows de bar que eu já vi. Tocaram tudo o que eu gosto. De Queen a Stray Cats, passando por Pixieis, Clash, XTC e Sex Pistols. Muito divertido. Pena que tinha um grupo de pessoas que achavam que estavam em um show da Plebe Rude, e ficaram enchendo o saco para que eles tocassem as músicas próprias, que, sinceramente, não chegam nem aos pés das músicas cover que eles tocaram. Me impressionou também a desenvoltura de Seabra na guitarra, se desdobrando entre solos e bases, além de cantar as músicas. Um show muito bom, que acontece uma vez por mês em Brasília. Vou sugerir ao Claudão que tente trazê-los a Obra.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Pedindo Desculpas: uma lição em três passos.

17Quando caiu em si, disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, enquanto eu pereço aqui de fome! 18 Levantar-me-ei e viajarei para meu pai e lhe direi: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. 19 Não sou mais digno de ser chamado teu filho. Faze de mim um dos teus empregados.”20 Levantou-se assim e foi ter com seu pai. Enquanto ainda estava longe, seu pai o avistou e teve pena, e correu e lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou ternamente. 21 O filho disse-lhe então: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho. Faze de mim um dos teus empregados.’ 22 Mas o pai disse aos seus escravos: ‘Ligeiro! Trazei uma veste comprida, a melhor, vesti-o com ela, e ponde-lhe um anel na mão e sandálias nos pés. 23 E trazei o novilho cevado e abatei-o, e comamos e alegremo-nos, 24 porque este meu filho estava morto, e voltou a viver; estava perdido, mas foi achado.’ E principiaram a regalar-se. (Lucas 15:17-24)
Nos últimos dias tenho pensado muito sobre o tema "desculpas" em todos os seus aspectos. Não sei por qual motivo não tem saído da minha cabeça. Por isso, resolvi compartilhar com os amigos alguns pensamentos sobre o assunto. Uma das frases que eu mais ouço todos os dias é "errar é humano". Confesso que muitas vezes eu me irrito com certas pessoas que cagam e vem depois dizer... "desculpas", "errar é humano". Não foi Platão quem primeiro constatou que "errar é humano". Aposto que mesmo a Grécia antiga, dos homens de bem, era infestada pelos idiotas do dia-a-dia que erram de propósito, por não se importarem em acertar. Mas, com certeza, foi Platão quem deixou na história: "Errar é humano, mas também é humano perdoar." O fato é que muitas vezes erramos. E quando erramos, magoamos as pessoas que amamos, prejudicamos os outros, e isso afeta toda a nossa vida. A verdade é que nossos atos são todos coordenados. E quando erramos, passamos a gerar uma série de atos "falhos", oriundos do "erro". E não há outro meio de consertá-los senão pedindo desculpas. Por isso, pedir desculpas é um dos atos mais importantes de um ser humano. O pedido de desculpas implica em três etapas: 1) Reconhecer o erro; 2) Estar arrependido; 3) Fazer (ou deixar de fazer) alguma coisa para amenizá-lo. Em todo caso, o pedido tem que ser sincero para surtir efeito. Muitas vezes, o pedido de desculpas pode ocorrer muito tempo depois da ação, que é o tempo que precisamos para percebermos o erro, ou nos arrependermos ou estarmos prontos para consertá-lo. Não importa, em nenhum caso, como o outro irá reagir, isso não está nas nossas mãos. Entretanto, percebido o erro, é importante agirmos com rapidez para amenizar seus efeitos, seja em nós ou nos outros. Todos se beneficiam do pedido de desculpas. Tenham certeza que é a coisa certa a ser feita. Por isso selecionei o trecho acima, em que Lucas narra a conhecida parábola do Filho Pródigo. Percebam que a lição bíblica reproduz os três passos: o filho reconhece que errou ("Quando caiu em si, disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, enquanto eu pereço aqui de fome!"); demonstra arrependimento ("Levantar-me-ei e viajarei para meu pai e lhe direi: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. 19 Não sou mais digno de ser chamado teu filho. Faze de mim um dos teus empregados.”) e agiu ("Levantou-se assim e foi ter com seu pai."). Como este blog ainda é basicamente sobre música, selecionei uma do Elton John, em que ele canta "desculpa parece ser a palavra mais difícil". O perdão, é claro, não depende de nós, mas é difícil não perdoar, quando sabemos que nós também erramos. Lembrando São Francisco de Assis, "é perdoando que se é perdoado". Não se preocupe com o perdão antes de pedirem as desculpas.
Sorry seems to be the hardest word: http://br.youtube.com/watch?v=rJ1tBYV1cgU
Ah, esqueci. Não acho que devemos pedir desculpas a toa, por qualquer motivo bobo. Isso desvaloriza nossas desculpas quando elas realmente forem necessárias.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Mr. Rude

A vida, não raras vezes, nos surpreende com oportunidades e situações que não pareciam possíveis nem mesmo em nossos mais distantes sonhos. Em 1997 eu tinha 14 anos e era um gordinho feliz que viu a propaganda de um cd no SBT (ou na Band) chamado Skabrasil. Gostei imediatamente das músicas que ouvi na televisão e comprei o cd nas Lojas Americanas. Não sabia o que era ska, mas aquele som soava novo e parecido com Paralamas do Sucesso e Skank, duas das bandas que eu mais gostava na época. Quando cheguei em casa, viciei no cd. E descobri o universo ska. De todas as bandas que o cd trazia, a que mais gostei foi o Mr. Rude, especialmente "Patrulha Noturna", que só muito mais tarde descobri ser uma versão (a música original é dos Paralamas do Sucesso). Depois, comecei a curtir as outras, como Apesar de Tudo e Oh Não. Lembro que nessa época também eu tinha acabado de ganhar a Fernanda (nome da minha primeira guitarra... que não era Fender e sim Fernandes) e eu, o Leo e o Diogo íamos para Lagoa Santa nos finais de semana, promovendo os primeiros encontros do que depois seria o Silent Bob. Numa dessas, empolgamos tanto com Apesar de Tudo que acabamos gravando um clipe da música. Queria rever essa fita! Naquele dia eu fui andar na bicicleta do Leo e devido ao meu peso, acabei literalmente fodendo a bicicletinha e quebrando a corrente. Isso aparece no nosso clipe. O esquema era tosco. Dávamos play na música e na filmadora ao mesmo tempo. Depois, era pause na música e nova cena. Bem, depois disso eu fui pros EUA, conheci muitas outras bandas de ska que faziam sucesso por lá na época, conheci o Yan, formamos a banda (com muitas influências de ska) e o Mr. Rude continuava, na minha cabeça, a melhor banda de ska do Brasil! Mesmo já tendo sido extinta. Já com a banda formada, nos idos de 2001, não sei de onde o Yan foi convidado para tocar em um projeto novo em BH, de ska, do Luciano. Quem é Luciano? Mais conhecido como Tristão, trata-se do bateirista e mentor intelectual do Mr. Rude. Ou seja, é quase dizer que o Yan participou do que seria uma "remontagem" do Mr. Rude. E, numa dessas, me chamou até pra eu ir ensaiar com eles! Imagina! Esse projeto ficou conhecido como Inflamável, e era um dos shows que eu mais gostava em BH. O Tristão é um mestre do ska. Lembro do Yan contando os casos do Tristão, que morava com a mãe e guardava uma das melhores discotecas da cidade em sua casa, além de dirigir um indefectível Prêmio cinza, sempre sem gasolina. Depois disso, o Tristão passou a fazer, de alguma forma, parte da nossa vida "musical", até aparecendo pra ajudar nas gravações do SBJJ no estúdio do Cleso, ocasião em que, segundo ele, nossas músicas fariam parte de uma coletânea de ska que estava sendo preparada em São Paulo. Conhecemos também o Elias, baixista do Mr. Rude, com a sua banda Supermodel, que ensaiou uma época no mesmo estúdio que a gente. Bom, no Inflamável, o Yan conheceu o Marcelo, e entrou para o Impar. O Tristão foi expulso da sua própria banda (Inflamável) e finalmente parece que se deu bem com o próprio negócio ao monta a boate (segundo quem foi, gay) Velvet, depois de muitos apuros. O Elias deve ser design de web site, como todo cara que quer ainda ser músico depois dos 40 anos. E o Mr. Rude vive em minhas melhores recordações, e eu ainda hei de vê-los ao vivo. Confiram:
O Incrível Homem-Âncora (Impar):http://br.youtube.com/watch?v=jo2TCubbtxM
Obs.: Segundo a lenda, o Marcelo, do Impar fez essa música inspirado pelo Tristão. O Yan pode confirmar a história.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Diesel

“Oh, oooh, oooh, oh, Joca in rio!” Lembro-me bem como se fosse semana passada o aniversário do Joca que aconteceu um pouco depois do “Rock In Rio III”. 
João Carlos, mais conhecido como Joca, também conhecido como Joconha, Jocaralho, dentre outros apelidos era o “roadie” do “Silent Bob And The Jay Jay´s”. Digo isso entre aspas porque, primeiro a gente não precisava de “roadie”, segundo a gente não sabia exatamente tudo o que um “roadie” fazia, e terceiro, das coisas que a gente sabia que um “roadie” fazia, ele João “Joca” Carlos não fazia, ou não sabia fazer. O Joca estava mais para um “groupie” do que um “roadie”. Ele estava sempre conosco, e de vez em quando ajudava, carregando alguma coisa, mas “roadie” mesmo ele não era. Todo mundo era novo,  e o Joca era mais novo ainda, ele deveria ter uns quinze anos, e o sonho dele era ter uma banda, mas tenho certeza de que o sonho dele era tocar na nossa banda.
Em 2001 fomos, eu, o Diogo, o Édio, e o Yan para o “Rock In Rio III”. Ficamos no apartamento da mãe do Yan na Avenida Atlântica, de frente para a praia de Copacabana, a vista da janela era típica de um cartão postal do Rio de Janeiro. No último dia do festival cerca de 250 mil pessoas puderam acompanhar os shows do Red Hot Chili Peppers, Silverchair, e Deftones, além de outras bandas nacionais. Era o nosso segundo dia de festival, tínhamos ido exatamente no dia anterior, então estávamos já um pouco cansados, mas também estávamos mais prevenidos com relação ao que fazer e o que não fazer lá dentro da “Cidade do Rock”. Havíamos fincado nossa bandeira e armado nossa barraca num ponto até meio distante do palco, quando eu digo bandeira eu quero dizer na verdade bundas, e onde se lê barraca entende-se cangas. Armamos um pequeno acampamento, tínhamos um grupo consideravelmente grande conosco, estávamos todos lá no acampamento esperando encontrar o Diogo(assunto para um outro post). Pois bem, estávamos lá olhando para o nada, esperando o primeiro show do palco principal, quando eu avisto um ser de cabelo meio engomado, meio espetado, com aquela cara de ovo de óculos, camisa preta e bermuda, era o Joca, mas espera aí um pouco, o Joca não estava conosco. O Joca nem ao menos estava no Rio até onde eu saiba.
- O Joca, o que cê tá fazendo aqui?
- Eu saí lá de Cabo Frio e vim pra cá.
- E seus pais deixaram você sair assim?
- Ah, meus tios é que estavam lá comigo.
- Eles deixaram?
- Ah, Eles não sabem que eu vim não.
Depois de muita risada, e de passar muito sabão no Joca, e depois de ter encontrado o Diogo(continuo insistindo, peço, por favor, não adiantem esse assunto em nenhum comentário, o post com relação a esse assunto será escrito) começa um dos shows que eu mais esperava, era o show de uma banda de Belo Horizonte, o Diesel. O Diesel havia vencido um concurso entre bandas de todo país chamado "Escalada do Rock", que dava o direito para a banda vencedora de poder tocar no palco principal e abrir o último dia do evento. Eu já tinha visto vários shows do Diesel, não gostava tanto do estilo da banda, que eu achava um pouco ultrapassado, mas o som deles ao vivo era igual ao som do CD deles, muito bom, era quase perfeito. Eu queria tirar minha dúvida se o show deles em um palco gigante e para um público gigante ia ser o mesmo ou pelo menos parecido com os shows deles em palcos e locais minúsculos. O fato é que não deu nem tempo para eu tirar minhas conclusões, o show fora interrompido pela produção do evento antes que eu pudesse analisar qualquer coisa. E foi uma coisa muito estranha porque foi no meio de uma música. Achei que algo de grave havia acontecido, mas não, depois descobri que a produção retirou o Diesel do palco porque eles, da produção, estavam atrasados com relação à programação do evento. Isso me deixou um pouco decepcionado, pois queria ouvir ao resto do show do Diesel e conferir a reação do público ao show deles.
Depois de alguns shows fomos para as barraquinhas eu, o Édio e o Joca nos alimentar. O Joca havia levado em uma sacolinha uma máquina de tirar retratos totalmente manual, bem old school, que havia comprado para registrar sua aventura na cidade maravilhosa, além disso sua sacolinha também havia carregado mais cedo, sanduíches de presunto para o seu almoço, mas já estava escuro e a barriga do Joca já dava sinais claros de que ele iria precisar de muito mais que alguns sanduíches de presunto para continuar a sua aventura. Tenho que confessar que nesse dia, o mais legal foi ver, ou melhor, não ver o macarrão de 10 reais que o Joca comprou. O macarrão custava na verdade 5 reais, mas antes de dar a primeira garfada em seu macarrão, Joca numa manobra espetacular conseguiu no intervalo em que piscava os meus olhos, derrubar todo seu macarrão naquele chão sujo e voltar  para a posição original o seu marmitex, que ficara completamente vazio, foi como se ele girasse o marmitex bem rápido, mas não rápido bastante para manter o macarrão dentro. Então lá se foi o Joca para a fila comprar mais um marmitex de macarrão.
Voltando para BH, descubro que o Joca estava de castigo, e estava pagando o preço de sua aventura musical. Dias depois somos convidados para ir ao aniversário do Joca, o assunto não poderia ser outro, as recentes loucuras de Joca, o "roadie" fujão. Conversa vai, conversa vem, estava na hora de cantar parabéns. Cantamos o "parabéns", depois cantamos o já tradicional “big”, e ao invés do “com quem será”, veio lá do fundo o coro já no ritmo da música tema do festival carioca“Oh, oooh, oooh, oh, Joca in rio!”.

Editorial

Amigos (as) leitores (as),
Nos últimos dias eu tenho recebido ligações, scraps, e outros recados dos senhores, reclamando que o blog já não é mais atualizado com tanta freqüência, como ocorria antes. E como vocês sabem, o blog não é o meu emprego principal, apenas uma forma que encontrei de manter contato com os amigos, preservar umas boas histórias e desabafar. Eu não quero escrever por obrigação, e apenas quando der vontade. Nos últimos dias tenho andado sem tempo, e as vezes sem vontade. Entretanto, já pedi ao Leo que atualizasse o blog, ou que, pelo menos, tentasse mantê-lo minimamente em dia. Queria também comentar o resultado da nossa enquete, em que o Lino, em surpreendente popularidade, perdeu por apenas 1 voto do candidato favorito ("um idiota qualquer"). Lino, essa é a imagem que as pessoas tem de você? De um cara polêmico? Intrigueiro? E olha que o Lino foi candidato de última hora, porque concorreu no lugar para o qual o candidato mais cotado era o Diogo. Aliás, não sei porque o Diogo não concorreu nessa vaga! Mas, no geral, foram 18 votos, com o meu. Ou seja, pelo menos 17 pessoas diferentes leram o blog! Um recorde total de audiência. As vezes eu penso: tem 17 pessoas que lêem todos os dias as bobagens que aqui são publicadas. Obrigado mais uma vez. Por fim, e lembrando o mês de festas (e quem me conhece sabe o tanto que eu gosto de Natal), queria pedir aos leitores nesse final de ano que reservem um momento nesse mês para fazerem um check up geral do ano que passou, relembrar os bons momentos e refletir no que pode ser melhorado para que 2009 seja um ano ainda melhor para todos nós! Por fim, peço aos leitores que não deixem de comentar as postagens. Os comentários (críticos ou não) são as palmas dos blogueiros. É o combustível que nos move.
Beijos e abraços,
Edinho.