quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Falando em Beatles, Joe Cocker!

Percebi que estou dedicando esta semana aos Beatles. Não é de propósito. Coincidência. Hoje pela manhã a Laura me mandou uma versão que os Detonautas gravaram de Come Together, que deverá compor mais uma coletânea de músicas dos Beatles gravadas por artistas brasileiros. Com certeza, mais um álbum que em nada acrescentará à discografia nacional. Mas, já que estamos falando de Beatles e de covers, me lebrei do Joe Cocker. Para os desavisados, Joe Cocker é o detentor de um dos maiores vozeirões da música. Grande compositor de sucessos como Unchain My Heart, You Are So Beautiful e You Can Leave Your Hat On, Cocker conquistou a fama inicial por sua versão de With a Little Help From My Friends, dos Beatles. Enquanto os Beatles lançaram a faixa em 1967, no místico álbum Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band, a versão de Cocker saiu pouco depois, em 1968, sendo destacada como faixa principal e que dava nome a seu álbum de estréia. Entretanto, ao contrário do que fizeram os Detonautas (que com o perdão do trocadilho, detonaram Come Together), Cocker deu à música de Lennon e McCartney a sua versão definitiva. Centenas de artistas já fizeram cover dos Beatles, entretanto, na minha concepção, somente Joe Cocker conseguiu uma versão superior à original. Tanto que, impressionados com a versão de Cocker, os Beatles chegaram a mandar um telegrama congratulando o artista, e ainda permitiram que fossem feitas versões de She Came Through the Bathroom Window e Something. Ao longo de sua carreira, Joe Cocker ficou famoso por suas versões de outros artistas, em especial, dos Beatles, de quem também gravou I´ll Cry Instead e, mais recentemente, em 2007, fez uma participação especial no filme musical Across the Universe interpretando Come Together. Para chegar à versão definitva de With a Little Help From My Friends, Cocker contou com um time de feras no estúdio. A faixa traz Jimmy Page nas guitarras. À época, Page ainda não exibia seu talento como líder do Led Zeppelin, mas já trabalhava com os Yardbirds e era o mais respeitado músico de estúdio de Londres. Na bateria, B. J. Wilson, baterista da banda de rock progressivo Procol Harum, famosa por sua Whiter Shade of Pale. Por fim, nos teclados, Steve Winwood, reconhecido por seus trabalhos com o Spencer Davis Group, Traffic e Blind Faith. Com sua versão, que é praticamente uma nova música utilizando a letra de McCartney (segundo a lenda, Lennon contribuiu com apenas um verso da música), Cocker causou alvoroço em Woodstock. Sobre o festival, descreveu o cantor: "Tivemos uma reação emocionante quando tocamos With a Little Help From My Friends. Foi como um sentido maravilhoso de comunicação. Era o último número do show, eu lembro, mas senti que finalmente tínhamos nos comunicado com alguém.". Com a música, Cocker atingiu o topo das paradas britânicas no ano de 1968. Outras duas regravações da música ainda atingiriam a mesma posição. Em 1988, com o grupo Wet Wet Wet e em 2004 com Sam and Mark. Outras dezenas de versões da música foram gravadas. Nenhuma delas, entretanto, chegou aos pés da versão definitiva, de Joe Cocker. Com certeza, uma das minhas músicas favoritas desde a infância, quando servia como tema de abertura de Anos Incríveis. Fico por aqui hoje, com saudades das aventuras do Kevin Arnold, que, de certa forma, me inspiraram no formato deste blog.
Tirem suas conclusões:
With a Little Help From My Friends

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Beatles no Brasil - Get Back Tour 2009

E se os Beatles resolvessem sair hoje em uma turnê mundial, qual seria o set list dos shows? Qual seria a música de abertura? E a de encerramento? Ontem a noite me surgiu essa pergunta durante o show do Jerry Lee Lewis. É que as vezes eu fico pensando. Como é que uma banda com tantos sucessos prepara um set list? Um set list que, ao mesmo tempo, agrade a todos os fãs (ou seja, que garanta que você vai ouvir a sua música favorita), e que ainda mantenha o show aceso, procurando mesclar músicas agitadas e baladas - de todas as fases - sem deixar com que o show pareça cansativo, ou longo (o show teria aproximadamente 90 minutos), e ainda deixar os fãs se perguntando qual será a próxima música, aguardando o melhor para o final. Os Beatles, na qualidade de banda de rock mais cultuada do mundo, seria, dentre todas as bandas, a que teria maior dificuldade em montar o repertório, já que, ao longo de sua trajetória, passaram dos covers para o iê-iê-iê, para a psicodelia e para o pop, tudo com a mesma popularidade e qualidade. Além disso, pararam de se apresentar ao vivo no auge da carreira. Nesse caso, muitas músicas nunca foram sequer apresentadas ao público em shows. Some-se a isto o fato de que, depois do fim dos Beatles, todos os seus integrantes fizeram sucesso em carreira solo, e o repertório do show deveria contemplar pelo menos uma música do repertório individual de cada um deles, o que demonstraria que todos são, individualmente, bem sucedidos e não dependem da fama de "ex-Beatle". Por fim, o repertório deveria conter um toque de modernidade, para mostrar que as músicas dos Beatles se mantém atuais. Eis a minha sugestão de repertório, considerando tudo o que foi dito:
1. Day Tripper 2. Come Together 3. Don´t Let Me Down 4. Back In The USSR 5. Get Back
  • As primeiras cinco músicas deixam claro que estamos em um show de rock. Os arranjos de guitarra seriam vigorosos, e a banda demonstraria que está com força total e atenta aos dias de hoje.
6. A Hard Day´s Night 7. All My Loving 8. Can´t Buy Me Love 9. Ticket To Ride
  • Na sequência, um tributo obrigatório aos primórdios da banda, sem deixar cair o ritmo do show.
10. Oh! Darling 11. You´ve Got To Hide Your Love Away
12. Here, There and Everywhere
  • Hora de pegar um fôlego. Os "senhores" de Liverpool precisam diminuir um pouco o ritmo. Baladas ao violão, com arranjos minimalistas são uma ótima pedida agora.
13. Penny Lane 14. Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band
15. Magical Mistery Tour
  • A sequencia seguinte traz músicas da fase psicodélica dos Beatles, mostrando a riqueza dos arranjos instrumentais e preparando para o final do show. Apoteótico.

16. My Love (Paul McCartney) 17. Blackbird/Yesterday

18. Let it Be 19. Imagine (John Lennon) 20. Hey Jude

  • Para terminar, as baladas consagradas que não poderiam faltar e que todos conhecem. Além de uma música de Lennon e uma de McCartney. Clima de celebração total no palco e na platéia. Todos cantando juntos.

Bis

21. Live and Let Die 22. It Don´t Come Easy (Ringo Starr) 23. My Sweet Lord (George Harrison)

24. Help
  • Para o Bis, um clássico "ópera" dos Beatles, uma música solo de Ringo Starr, uma de George Harrison e, por último, o maior sucesso da banda. "Help"!

Fim de papo. Na minha cabeça, esse seria o show dos Beatles caso eles resolvessem (e pudessem) se reunir hoje. Com certeza, um show histórico. O maior espetáculo da Terra!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Phil Collins

Esta semana me deu uma vontade de só escutar Phil Collins. Eu já conheço o trabalho do Phil Collins há muito tempo, mas desde que eu assisti, na última sexta-feira, um show organizado em homenagem à Rainha Elizabeth II da Inglaterra, realizado nos jardins do Palácio de Buckingham em 2002 (DVD Party at the Palace), em que o músico aparece em quase todas as músicas, seja cantando, seja tocando bateria, eu percebi o quanto Phil Collins se divertia com a profissão que escolheu. Gostava da música, de participar, não importasse como. Depois, pensando comigo, me lembrei de que na maioria desses shows beneficentes ou reuniões de artistas, Phil Collins é figurinha fácil. Carimbada. O cara é um verdadeiro fominha. E percebi que não é para aparecer não, como fazem outros artistas. É para tocar com os feras mesmo. E nessa mesma sexta-feira, navegando na internet, me deparei com a triste notícia: "Phil Collins não sabe se tocará bateria de novo." A notícia explica que Collins passou recentemente por uma cirurgia e, desde então, não tem mais conseguido segurar as baquetas, o que o impossibilita de tocar o instrumento. Diz ainda que a cirurgia foi realizada para corrigir um deslocamento de vértebra em seu pescoço, e que também o impossibilita de tocar piano. Tudo bem que para o público isso faz pouca diferença, já que Phil Collins já havia anunciado, em maio do ano passado, a sua aposentadoria, alegando que não via mais sentido em passar metade do ano dentro de um avião, e a outra metade entre hotéis e palcos. Sentia que já havia dado a sua contribuição. Mesmo assim, toda vez que vejo um profissional, de qualquer área, desse gabarito, ficar impossibilitado de fazer o que sabe melhor, me dá um sentimento de desespero. Imagino a pessoa, em casa, dentro de seu estúdio particular, ouvindo música, olhando para o melhor kit de bateria do mundo, com a cabeça a mil e lutando contra a frustração de não conseguir segurar nas mãos um par de baquetas, quando, em sua cabeça, elas já estão tocando. Esta semana eu só escutei Phil Collins (e Genesis). Prestei atenção em cada detalhe das músicas, do arranjo da bateria aos sintetizadores. Imaginei as letras. Phil Collins é um gênio. Da bateria, dos arranjos, da voz, das letras. E talvez esteja esquecido no turbulento mundo da música e das mudanças em que vivemos. Ouçam, pois, Phil Collins. "It takes control and slowly tears you apart."

Invisible Touch: http://www.youtube.com/watch?v=sNilkSLc_aI

Against All Odds: http://www.youtube.com/watch?v=uVjEcIANv1o

A Groovy Kind of Love: http://www.youtube.com/watch?v=STWN2yMeSlE

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Pessoas Elvis e Pessoas Beatles

Quentin Tarantino, em uma das cenas cortadas de Pulp Fiction, lançou uma pergunta que martela a minha mente até hoje: seria eu uma pessoa Elvis ou uma pessoa Beatles? Não se trata aqui de uma questão de preferência, e sim, de quem você é, em geral. Hoje resolvi aprofundar na questão e procurar entender o que faz de uma pessoa Elvis ou Beatles. Os "garotos de Liverpool", ou "Fab Four" ("Quarteto Fantástico"), como eram chamados, obtiveram fama, popularidade e notoriedade até hoje inéditas para uma banda musical, e se tornaram a banda de maior sucesso e de maior influência do século XX. Considerado o grupo musical mais bem-sucedido da história, sendo os seus membros aclamados por público e crítica, com mais de um 1 bilhão de álbuns vendidos em todo o mundo. O Rei do Rock, ou Elvis The Pelvis, ficou conhecido por sua maneira extravagante e ousada de dançar. Uma de suas maiores virtudes era a voz, sendo avaliado como um dos maiores e por outros como o melhor cantor popular do XX. Trinta anos depois de morrer, Presley ainda é o artista solo detentor do maior número de "hits" nas paradas mundiais e também é o maior recordista mundial em vendas de discos em todos os tempos com mais de 1 bilhão de discos vendidos em todo o mundo. Entretanto, a discussão não é objetiva e sim, subjetiva. São os traços de personalidade que marcam o antagonismo, sendo certo que não há como a pessoa ser, ao mesmo tempo Elvis e Beatles.
A pessoa Elvis é aquela que valoriza a família e as tradições. De formação religiosa cristã, não se aventura pelas incertezas do ocultismo. É uma pessoa vibrante, animada, atenciosa aos amigos. Procura aproveitar o máximo da vida. Gosta de comer e beber bem. Gosta de luxo, de glamour. Com muito entusiasmo e energia, se empenha em novas tarefas sem se preocupar em terminá-las. É o tipo de pessoa agregadora, que busca atender e agradar a todas e evita conflitos interpessoais ou situações tensas. Prefere construir ambientes harmônicos em que todos se sintam bem. As pessoas Elvis são grandes contadoras de histórias. Podem passar horas com os amigos relembrando velhos casos e piadas. São apaixonados. Deixam a emoção tomar conta da razão. Deixam transparecer auto-estima elevada e por isso atraem pessoas para sua companhia. Essas pessoas tem que tomar cuidado para não serem egocêntricas ao extremo, o que pode causar inveja dos outros, egoísmo e transformá-lo em uma pessoa solitária. A pessoa Beatles é antenada, ligada ao futuro e às possibilidades. Aberta a novas aventuras, não tem medo de explorar as forças espirituais. É discreta em suas ações, mas tem o poder de conquistar o respeito e o reconhecimento de todos. Não se deixa levar pela frivolidades do mundo. Tem os pés no chão. Acredita na força do trabalho, da concentração e sabe que o sucesso vem do esforço. Prefere ter poucos, mas fieis amigos à congregar um monte de aproveitadores. É uma pessoa mais reservada em suas ações, mas não tem medo de expor suas opiniões e brigar por elas em todos os níveis. Tem orientação política e filosófica definidas, geralmente de posições radicais. Não tem apego a costumes e tradições, nem tampouco a ícones. Não faz questão de estar em companhia de pessoas que não acreditem em suas opiniões ou critiquem suas atitudes. Tem certeza de que são os melhores e não precisam de ninguém para dizer-lhes isso. E você, é Elvis ou Beatle?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

84 Big Mac´s? Fica pra próxima.

E eu que achei que tinha uma grande história para contar aos leitores (se é que ainda existem) após o último final de semana, em que eu, o Caique e a Roberta juntos, compramos 84 Big Mac´s. Mas eis que domingo, no já tradicional encontro da turma (agora no Outback - estamos procurando um novo local) o Tibúrcio (nome fictício) me vem com uma que engasgou a Roberta por alguns minutos e deixou o Gustavo quase mijado de tanto rir (e a mim também, sorte que eu não estava bebendo nada quando ele contou). Vocês imaginem que o Tibúrcio, que tirou carteira de motorista há pouco tempo, resolveu ir de férias para Gonçalves (nome fictício). Não, ele não foi de carro. Preferiu ir de avião e, chegando lá, decidiu-se por alugar um carro para conhecer as praias mais "animais", que ficavam longe da cidade. E lá foram ele e a namorada. Um dia de carro, muitas praias, dois dias, novas praias. No final do segundo dia (ou terceiro, não sei), voltando para Gonçalves, parou em um posto de gasolina da estrada. Lava o parabrisa, calibra o pneu e pede para colocar R$ 50,00 de gasolina. Vai ao banheiro. Quando volta, verifica que a chave do carro já está na ignição. Agradece ao frentista paga e arranca. Arranca levando a mangueira, a bomba e quase que o posto inteiro junto. Escuta os gritos, olha pelo retrovisor. Todo mundo correndo atrás do carro. O Tibúrcio só percebeu que havia arrancado o carro com a mangueira ainda no tanque, quando parou. Acreditem que ele não sentiu que o carro estava puxando nada de diferente (como uma bomba de gasolina). Depois da discussão no local, Tibúrcio deixou o telefone com o frentista de se mandou. Chegando em Gonçalves, devolveu o carro à locadora, sem mencionar o amassado no tanque de combustível (o carro tinha seguro). "Eles também não perguntaram", explicou. E a mulher do posto ligou, para tratar do prejuízo e foi recebida do outro lado pelo Tibúrcio, educado, que disse: "Não vou pagar nem fodendo. A culpa é do frentista burro que deixou eu arrancar. O carro não é meu. Se vira que eu não tenho nada com isso."
Obs.: Os nomes reais foram preservados para evitar questionamentos judicias futuros. Eu gostaria de voltar ao tema do blog (música como pano de fundo para histórias). Acontece que esta precisava ser contada.
Obs. 2: O atendimento do Outback de Belo Horizonte está cada vez pior. O André (garçom) que me perdoe, mas Martinha não dá...