quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Aerosmith - II

Olá pessoal. Pra quem andou contando, se é que alguém fez isso, essa é a 50a. postagem do blog. Lembro de ter falado com a Carol que eu ia me surpreender se passasse de 3 dias, aqui estamos com quase dois meses de blog, mais forte que nunca. Obrigado a todos que tomam o seu tempo diário para lerem nossos textos. Essa postagem também é especial para mim, pessoalmente, além de ser a primeira vez que repito um artista. Mas como o blog é meu (e do Leo) e eu faço o que eu quiser (parafraseando Léo Jaime, quando esteve uma vez em BH - vide postagem sobre o artista), vamos lá.
Em 13 de setembro, quando eu escrevi sobre o Aerosmith, falava que quando eu estava na 8a. série Aerosmith era banda de menina, e que, depois que fui para os EUA, descobri que a banda fazia um hard rock duro, de qualidade, e gostei, especialmente dos discos dos anos 70. Entretanto, preciso me redimir. Somente agora descobri que o bom mesmo no Aerosmith são "as músicas de menina". As baladas. É nisso que eles são bons e é isso que faz o som do Aerosmith tão especial. Escutei "Crazy" apaixonado, cantei "I don´t wanna miss a thing" juntinho... Tudo faz sentido agora. ;)
Pra quem sempre achou que essa música tinha a batida perfeita para namorar:

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Eric Clapton

Em 1992, nada tirava da minha cabeça a vontade de entrar na aula de violão, e o maior motivo dessa minha nova empreitada, foi o fato de eu querer tocar a música “Tears in heaven” do Eric Clapton. Ele havia feito essa linda canção para o seu filho Conor, que havia morrido em um terrível acidente no ano anterior.  Eu não devo ter ficado nem três meses na aula de violão, não aprendi quase nada, pois a mulher que me ensinava, ensinava outros quatro ao mesmo tempo, cada um em um canto da casa dela. E, além disso, eu tenho minha parcela de culpa por não ter sido um aluno dos mais aplicados. Deixei a aula de violão desacreditado, e sem saber tocar nem um acorde do “Tears in heaven”. Era claro que em três meses seria muito difícil um menino que nunca havia pegado num violão aprender a tocar “Tears in heaven”. Mas do jeito que as coisas iam, eu ia demorar mais do que o tempo necessário. Demorou tanto que até hoje eu não sei tocar essa música, é bem verdade que depois do dia que eu deixei a aula de violão, eu não tentei mais tocá-la. Hoje isso nem tem mais importância. O fato é que mesmo não gostando muito de Eric Clapton, foi ele o maior responsável pela minha entrada na música. Acho que hoje em dia, se quiser posso tocar “Tears in heaven” sem problemas, não sei se por preguiça ou por algum complexo, não sinto a menor vontade de fazê-lo. Sábado passado fomos ao “Freud Bar” em Nova lima, um jungle bar, é um bar com música ao vivo que fica no meio do nada, cercado por mato por todos os lados. A estradinha para chegar ao local era sinistra. Parecia um lugar onde esses maníacos levam suas vítimas para matar e depois se livrar do corpo. Apesar de ficar relativamente perto de Belo Horizonte, é como se ficasse a dias de distância da capital mineira, total era a discrepância entre o visual do lugar e o visual urbano de uma cidade grande. Saímos de BH num calor infernal, parece que esqueceram de desligar o sol na parte da noite. Custamos para achar o lugar, mas quando achamos, sentimos logo a diferença já no clima, todo mundo trincou de frio. E uma coisa que não saía da minha cabeça é que estávamos à meia hora de distância somente daquele calor de fornalha que estava na capital dos mineiros. O bar em si é bem diferente, uma das mesas inclusive é em cima de uma árvore. Nas mesas do bar, um clima bem aconchegante é causado pela iluminação feita à vela. Naquele dia uma banda de blues muito boa embalava o papo nas mesas. Apesar de eu não curtir muito esse estilo musical, eu sei muito bem apreciar quando uma banda tem qualidade. A banda tocou vários sucessos do blues e do rock, inclusive algumas músicas de Eric Clapton, porém “Tears in heaven”não foi tocada, ainda bem. Acho que o guitarrista da banda também não conseguiu aprender a música na sua aula de violão.
Tears In Heaven: http://www.youtube.com/watch?v=VRsJlAJvOSM 
Site Oficial: http://www.ericclapton.com

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Boyz II Men

Havia um tempo em que eu achava que Beatles era música de velho,  que música cantada em português era uma porcaria, de que o Ska se tornaria o estilo musical dos anos 2000, e que quem gostava de ouvir hardcore não poderia gostar de uma boy band. Hoje não tenho a menor vergonha de dizer que gosto sim, de “Boyz II Men”, mas em 1994 eu morreria de vergonha se alguém me pegasse cantando alguma das músicas daqueles rapazes. É bem verdade que não podemos chamar o “Boyz II Men” de uma boy band, apesar de ser pop e de ser composta apenas por rapazes. E que existe, sem exageros, entre o “Boyz II Men” e qualquer boy band, um precipício de diferença musical. Não podemos nunca comparar o pop cantado pelo “Backstreet Boys” e o R&B/Soul cantado pelos rapazes do “Boyz II Men”. Quando eu ouvi “thank you” no top 10 Estados Unidos, que passava semanalmente na MTV, fiquei muito empolgado, pois a música além dos vocais que eram demais, tinha uma batida muito empolgante. Mas essa não foi a primeira vez que eu ouvi essa banda não, eu tinha um CD da trilha sonora da novela “Pátria Minha” que tinha a música “I’ll make love to you” uma balada com vocais cativantes. Minha irmã americana tinha um péssimo gosto musical, pra você ter uma idéia, “Macarena” era uma de suas músicas preferidas, mas um dia para minha surpresa, eu vi jogado num canto do quarto dela um CD do “Boyz II Men” que na hora deu vontade de “passar a mão”. Só não levei o CD comigo de volta porque eu não faço esse tipo de coisa, mas principalmente porque fiquei pensando no que meus amigos diriam ao ver um CD do “Boyz II Men” no meio das minhas coisas. Até hoje me pergunto, por que eu não levei aquele CD comigo, se bobear, ele deve estar lá no mesmo lugar, jogado até hoje.

Water Runs Dry: http://www.youtube.com/watch?v=hxCiAXJpk_4

End Of The Road: http://www.youtube.com/watch?v=OO9dytmEcfo

The Color Of Love: http://www.youtube.com/watch?v=GvBpGF8huGY

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Nofx

Quando eu fui para os Estados Unidos em 1996 a minha banda preferida era o Nofx e uma das coisas que eu mais queria fazer quando chegasse aos Estados Unidos era ir a um show dessa banda. Um dia entrando no site oficial da banda na internet, descobri que a banda iria fazer um show em Belo Horizonte, e eu não estaria lá a tempo para ver o show. Além de não poder ter ido a nenhum show das bandas que eu queria quando estava nos EUA, ainda perdi o show que ia ser na minha terra natal, nossa eu fiquei muito puto da vida, queria ter ido naquele show, mas não havia nada que eu poderia fazer. Eu voltei para o país, e na minha cidade, a cena hardcore havia crescido bastante, e várias outras bandas de hadcore vieram tocar por aqui e eu fui à maioria desses shows. Os anos se passaram, o meu gosto havia mudado e o Nofx já não era minha banda preferida. Eu quase nem mais ouvia hardcore, mas em 2006 fico sabendo que a banda estava de volta ao país, mas só que desta feita, só iria fazer shows em São Paulo, Rio e Curitiba e Porto Alegre. Ingressos extremamente caros, principalmente para quem não tinha mais carteirinha de estudante, mas não tinha como deixar passar a oportunidade, liguei pro Yan, para ver se poderia ficar no apartamento da mãe dele lá em Copacabana, estava tudo certo com a mãe dele. Comprei o ingresso, cancelei umas aulas que eu teria que dar, e fui pro Rio. Fui ao show, que foi engraçado, mas eu achei pessoalmente frustrante, porque nem todas as músicas que eu queria ouvir foram tocadas, e achei o show extremamente curto. Pra voltar é que ia ser o problema, mais de meia noite o show era no fim do mundo, e eu não tava com grana pra pagar táxi até Copacabana com bandeira dois. Acabou que consegui pegar dois ônibus e parei perto do apartamento da mãe do Yan. Missão comprida, eu consegui ver um show do Nofx depois de onze anos de espera. Torrei uma grana, mas tudo bem, olhando pra trás hoje vejo que valeu a pena.

Stickin' In My Eye: http://www.youtube.com/watch?v=pdoyU_68LaY

Bob: http://www.youtube.com/watch?v=1hCtSSWkPA4

www.nofxofficialwebsite.com/

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Aimee Mann

A primeira vez que eu ouvi Aimee Mann foi num CD da trilha sonora do filme “Uma lição de amor”, e o que chama mais a atenção dessa trilha é o fato de que todas as canções são músicas dos Beatles interpretadas por outros artistas. O filme em si é legal, um drama, que conta a história de Sam, um homem que é deficiente mental e a sua luta para ficar com a custódia de sua filha Lucy. Sam assim como eu é apaixonado por Beatles, lembro-me bem até que o motivo que me fez alugar o filme foi justamente pelo  fato de a trilha ser desses artistas interpretando músicas dos rapazes de Liverpool. Depois disso eu até havia esquecido da tal Aimee Mann, até ouvir meu amigo Yan comentando que ela era casada com um artista que eu gostava(Michael Penn) e que o Jon Brion, outro artista que eu gostava  já havia produzido algumas coisas dela. Depois de dito isso, baixei várias músicas dela. Aproveitando que falávamos no post anterior de “injustiças”. A Aimee Mann é também muito injustiçada, já que não é tão conhecida e é em minha opinião a melhor artista mulher que existe na atualidade, canta muito, toca muito bem, um pop bem tocado e cantado, ótimas canções, muito bem produzidas. E tem mais, no dia do meu casamento eu queria que ela fosse lá na igreja cantar. Pronto falei, falei. Agora se você conhece a Aimee Mann, ou conhece alguém que conhece ela, por favor, transmita esse recado para ela. E se você não conhece a Aimee Mann clique nos links abaixo para conhecer.

Save Me: http://www.youtube.com/watch?v=bNbTC6xLVg0

Ghost World: http://www.youtube.com/watch?v=gxfUhhVyzAQ&feature=related

www.aimeemann.com/ 

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Lulu Santos

Bom pessoal, hoje eu não trarei pra vocês nenhuma historinha dos "Anos Incríveis" (como disse o Diogo). Ao contrário. Quero fazer mais uma crítica musical. Pensar um pouco sobre Lulu Santos que, na minha opinião, é um dos maiores compositores da música brasileira, e muitas vezes não tem o reconhecimento merecido. Analisando a sua trajetória artística, fica fácil perceber que se trata de um dos artistas mais versáteis do país, que busca sempre se adaptar à atualidade, seja em atitude, seja em sonoridade. Por isso considero Lulu o David Bowie brasileiro. Como se sabe, ainda nos anos 70, Lulu foi um dos fundadores da lendária banda de rock progressivo brasileiro - que ninquém nunca ouviu - o Vímana, que contava ainda com Lobão na bateria e Ritchie nos vocais, além de, por um tempo, Patrick Moraz (ex Yes e Moody Blues) nos teclados. Cansado do rock progressivo, que considerava atrasado para a época (final dos anos 70), Lulu ainda trabalhou como músico de estúdio, já que era um exímio guitarrista, até assinar, em 1981, seu primeiro contrato de gravação. Desde então Lulu lança discos anualmente. Contando com a ajuda de parceiros de peso, como Nelson Motta, ajuda a construir o BRock, designação dada ao rock nacional dos anos 80, cunhando alguns dos maiores clássicos da música brasileira, todos em sintonia com o pop que se fazia lá fora na mesma época, influenciadas pela melodia típica da música brasileira. Nos anos 90, Lulu mais uma vez muda os rumos de sua carreira, e em parceria com o DJ e produtor Memê, bebe das influências eletrônicas para construir novos hits, que se tornam clássicos instantâneos e o catapultam a um sucesso ainda maior que o que ele havia experimentado nos anos 80. Hoje, beirando os 60 anos de idade, Lulu continua um artista produtivo, lançando regularmente discos e músicas inéditas, além de fazer incessantes turnês pelo Brasil. O que chama a atenção é que Lulu parece não se conformar com o sucesso do passado, buscando sempre mostrar ao seu público novidades. Confiram uma pérola perdida no repertório do melhor artista pop brasileiro:

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Violent Femmes

Aproveitando o ensejo, já que estamos falando sobre bailinhos, eu fui em apenas um bailinho da minha escola, que foi o homecoming. Diferentemente do Édio eu fui em um prom também, mas não fui ao prom da minha escola, fui ao prom de uma outra escola de uma cidade que ficava uns 50 km  da minha. Isso porque eu fui convidado para ir ao prom de uma cidade vizinha por uma garota que freqüentava a outra escola. Eu gostava da garota, assim, como pessoa, mas não a achava bonita, acabei indo na verdade porque não consegui dizer não. E por causa disso acabei não indo ao meu próprio prom que era na semana seguinte, mas isso eu explico depois. Assim como o Édio eu não segui todas as “regras”. Eu não paguei pelo convite da garota, aliás, nem pelo meu, não comprei um corsage, não reservei festa pra ir depois e não fiz reservas para restaurante algum antes do prom. A garota que me convidou já veio com tudo isso pronto, o corsage, a reserva para o restaurante( que ela pagou), me pegou em casa com o carro dela, e ainda pagou o meu convite, eu na verdade só tive o trabalho de me vestir e ir para o prom. O prom foi legal, teve show de mágica, danças um afterprom que foi uma outra festa dentro do colégio mesmo promovida pelos estudantes com o tema de cassino, muito legal. Além da garota que eu conhecia tinha outra pessoa lá que eu já conhecia, era o Chris, um amigo meu do colégio, que tinha uma namorada que estudava naquele colégio, ano passado acabei descobrindo que o Chris se casou com aquela namorada dele. Depois do prom a menina me falou que tinha uma outra festa na casa de uma amiga, e me perguntou se eu queria ir. Mas eu elegantemente falei uma mentira deslavada e falei que estava cansado e que queria ir para casa. Na verdade eu sabia aonde aquilo iria levar, e eu não estava gostando do destino daquela noite, então resolvi sair fora o mais rápido possível, apesar de tudo eu segui a tal “regra” e fui um cavalheiro a noite toda. Voltando ao fato de eu não ter ido ao meu prom. Não fui porque era muito tímido para perguntar para alguém com quem eu queria ir. Sabia que haviam duas meninas que queriam ir comigo e uma outra possível também, mas como não gostava delas não perguntei, ainda mais que eu teria de alugar mais uma vez o smoking, que para mim não era barato,  pagar pela corsage, enfim seguir todos os passos já descritos pelo Édio. E achei que não valia a pena fazer um “investimento” tão alto com alguém que eu não queria ir para o prom. No dia do prom do meu colégio o pessoal falou para eu ir ao baile, mas eu disse que não queria, porque estava sozinho e sem smoking. Na verdade você não precisa nem de uma pessoa para ir, e nem de smoking, mas ir por ir eu não queria não, e não fui mesmo, fiquei em casa. Como já havia mencionado anteriormente, eu fui sim, ao meu homecoming que foi muito divertido, nesse eu fui  sozinho, porém com um monte de gente que também estava sozinha. Dancei muito no baile, muito legal, a escola quase toda estava lá, muita música legal, mas a música que mais me chamou a atenção foi “Blister in the sun” do Violent Femmes, que até então eu desconhecia. Essa foi, a melhor música desse baile, ao menos pra mim, todo mundo dançando igual nesses filmes de adolescentes, a música tem uma batidinha na caixa da bateria que todo mundo fazia o ritmo, batendo com os pés no chão, eu nunca tinha visto isso, com tantas pessoas assim, impressionante, além dessa batida, a canção tem um refrão muito eletrizante que levanta qualquer um para dançar.

Confiram aí :

Blister In The Sun: http://www.youtube.com/watch?v=Ra8VTlXVqUQ

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Shawn Mullins

O Caíque foi no homecoming essa sexta e, pelo que conversamos, ele ficou bastante impressionado com o bailinho. Quando eu fiz intercâmbio eu fui em apenas um bailinho, o "Winter Dance". Pra quem não sabe, as high schools têm quatro bailes ao longo do ano, um para cada estação. O mais importante é o de primavera, que é o "Prom", conhecido no Brasil como o "baile de formatura", mas que é apenas o último baile da vida dos seniors (classe dos formandos), e por isso tem o mesmo significado do nosso baile de formatura, mas ele acontece antes do ano letivo terminar. Enfim, o que o Caíque foi é o segundo mais importante, porque representa o reencontro dos ex-alunos com a escola. O baile que eu fui é um baile "menor". Menos significativo. No geral, com exceção do Prom, todos são parecidos. Acontecem geralmente na quadra de basquete. Começam às 19:30 e terminam pontualmente às 23:00. Durante o baile, músicas para dançar a dois e muitos hip hops e flashbacks. Vou contar como foi o meu. A preparação começa semanas antes. Cartazes pelos corredores. Os formandos aproveitam para ganhar dinheiro para o Prom vendendo cravos, rosas e fazendo correio elegante entre os alunos. Sim, porque a regra geral é que você tem que convidar uma menina pra ir no baile. Os passos são os seguintes: 1) convidá-la (e rápido. As mais feias sempre sobram para os retardatários); 2) pagar os convites (seu e da menina); 3) alugar um smoking (não queiram ir de terno e gravata, eu fiz isso e me dei mal); 4) comprar um corsage (arranjo de flor que vai na mão da menina); 5)dar um jeito de chegar no baile (alugue uma limo com seus amigos, você não vai se arrepender); 6) organizar um jantar (pra antes do baile); 7) ser um perfeito cavalheiro ao longo do baile e, finalmente 8) ter uma festinha na casa de alguém para ir com a sua garota depois do baile (é lá que as coisas acontecem). Comigo, é óbvio, nada disso aconteceu da maneira ideal, e por isso a noite acabou mal. Confiram: 1) com toda a minha timidez, eu não convidei ninguém. Já era o penúltimo baile da escola, eu ia voltar pro Brasil sem ter ido em nenhum. Ok, pra não falar que eu não convidei, chamei a Anita (a outra brasileira da escola) pra ir comigo. Ela estava namorando e, delicadamente, riu na minha cara. Depois, faltando dois dias pro baile, me apareceu uma menina, me implorando pra convidar a amiga dela (Jéssica). Ou seja, eu praticamente fui convidado pela Jéssica de última hora. A Jéssica era um monstro que eu nunca tinha visto naquela escola. 2) Sim, eu paguei pelos dois convites. 3) Erro número 2, eu não aluguei um smoking, resolvi ir com o meu terno normal, brasileiro. Me ferrei. Todo mundo tava de smoking na festa. Eu fiquei com aquela cara de "o brasileiro perdido". 4) comprei o tal arranjo de flor, aos 45´do segundo tempo, o último, o mais caro e o pior arranjo da loja. Só vendo a cara de decepção da Jéssica ao ver o corsage dela. 5) Acabei, pelo baile, quebrando uma das regras do intercâmbio, que era: nunca pegue carona com estranhos. Acabei aceitando a carona do amigo dela pra ir no baile. Isso foi a decisão mais acertada, porque quando a gente pega a menina em casa, os pais dela tiram fotos do casal. Não, eu não queria uma foto daquele casal. O cara simplesmente buzinou lá em casa e eu saí. Fomos pra casa dela. Foram tiradas as fotos. 6) Saímos da casa dela, a mãe já me tratava como "genro". Fomos pra casa de uma amiga dela (a mesma que me "obrigou" a convidá-la). Lá, a mãe da amiga preparou o jantar. O menu: feijão com arroz. Sério. Mandei um pratasso de arroz com feijão, sem sobremesa. Mais fotos. O telefone toca. Era a mãe da Jéssica, pra falar com ela que eu era um gato. :) 7) Era inverno, estava frio, e eu não emprestei o meu paletó para a Jéssica. Tive isso jogado na minha cara. Falta de cavalheirismo. Mas, durante o baile, eu fiquei sozinho o tempo todo. Ela nem "me fez companhia". Ou seja, senti como se eu fosse apenas o "patrocinador" daquele evento. Quem pagou o seu ingresso. 8) Depois do baile, fomos pra casa. Éramos um bando de perdedores que não foram convidados para a festinha depois do baile. Ou seja, tudo errado no meu baile. Esse post poderia ser sobre o Nazareth, porque na semana que antecedeu ao baile eu fiquei fantasiando sobre como seria legal eu ir ao baile com uma gatinha, e dançar com ela ao som de "Love Hurts". Ouvi Love Hurts a semana inteira. Na verdade, isso nunca aconteceu. O lado bom disso é que o cara que nos dirigia estava curtindo Shawn Mullins e no carro, durante os trajetos, a gente só ouvia Lullaby. Música que eu não conhecia, mas que gostei de cara e marcou aquele momento. Confiram:

domingo, 19 de outubro de 2008

Raimundos

O dia era 8 de outubro de 1999. Uma sexta-feira. Esse foi o primeiro show do Silent Bob & The Jay Jay´s, durante o recreio do Colério Dom Silvério. Quem conseguiu o espaço foi o Joca, nosso eterno roadie (que aparece no canto esquerdo da foto, de azul, com um microfone na mão). Como se pode ver, fomos todos de terno. Idéia do Yan, que acabou indo sem terno. Era um fanfarrão mesmo. Por que é que as bandas novas insistem em tocar de terno? Hoje eu não faria isso de jeito nenhum! A curisosidade é que o colégio abria o espaço dos recreios para que os alunos pudessem mostrar suas bandas e o Joca na verdade não fazia parte da banda, como músico. Mas, para tocarmos, tivemos que colocá-lo de backing vocal, com o microfone desligado. Só que naquele dia não era só o microfone do Joca que foi desligado. Algum engraçadinho resolveu, no meio do show, tirar a "mesa" da tomada, ou seja, estávamos no meio da música quando tudo parou. Ficou só a bateria, que não estava microfonada. O momento foi de pânico total para nós, que éramos adolescentes, querendo aprovação, e fazíamos o nosso primeiro show. Mas foi também de arrepiar, porque pudemos escutar que todo mundo estava cantando junto a música. Isso ficou claro assim que o som parou. Estávamos tocando "A Mais Pedida", que na época era um sucesso dos Raimundos. Naquele início de banda, nós tocávamos alguuns covers de coisas que faziam sucesso na época, como "Que País é Esse", que tinha acabado de ser regravada pelos Paralamas em seu acústico MTV. Eu sempre gostei de Raimundos, desde o primeiro disco. Eles têm a honra de ser a primeira banda brasileira do mainstream a fazer sucesso tocando punk rock e hardocore. Lembro que quando eu fiz intercâmbio eu não sosseguei enquanto a minha mãe não me mandou o "Lavô tá Novo". Na volta tive que deixar o disco lá, porque meus colegas tinham gostado do som, especialmente de "I Saw You Saying". Enfim, pelo som, pelas letras irreverentes e pela atitude, sinto falta dos Raimundos hoje.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

VMB 2008

Vejam só que festa de arromba, no outro dia eu fui parar. Presentes no local o rádio e a televisão, cinema, mil jornais, muita gente, confusão...Quase não consigo na entrada chegar, pois o avião acabou por atrasar. Hey! Hey! (Hey! Hey!), que onda! Que festa de arromba!...Logo que eu cheguei notei, o Simoninha com um copo na mão. Enquanto o Cazé bancava o anfitrião, apresentando a todo mundo o Nazi Valadão... A Marina ria e Penélope desistia de agarrar um doce que do prato não saia, Hey! Hey! (Hey! Hey!), que onda! Que festa de arromba!...Nando Reis e Del Rey tocavam na lá pista e Marlboro comandava o pancadão lá no salão. O Andreas de cabeleira, não podia tocar, enquanto a galera não parasse de dançar... Mas vejam quem chegou de repente, Charles Gavin com sua luva na mão. Enquanto Falcão e Champignon fumavam no cantinho, Vesgo e Migon esbarravam em mim...Lá fora um corre corre dos brotos do lugar, era o Júnior Lima que acabava de chegar. Hey! Hey! (Hey! Hey!), que onda! Que festa de arromba!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Engenheiros do Hawaii

2001. Taco de Ouro. Bubu, Lino, Luciano e eu. O Lino tinha acabado de tirar carteira de motorista e era o "motorista" da meninada. Tinhamos todos entre 17 e 18 anos. Fim da escola, início da faculdade. Entre 2001 e 2002 ficamos muito tempo a toa. Fizemos muita coisa juntos. O Bubu estava estudando pro vestibular (em tese), o Lino fazia Economia na UFMG, com especialização em sinuquinha, mas estava em greve. O Luciano havia deixado a FUMEC e passado no vestibular de Direito da UFMG e eu estava na Milton Campos, mas acompanhando o ritmo da galera. No Mondeo do pai do Lino rodávamos a cidade. Festa da Bananinha, boates, sinuquinha do Pelejei durante a semana, Taco de Ouro entre uma parada e outra e até Brunswick, no alto da Afonso Pena, quando aproveitávamos para mexer com as primas. Chegamos a sair de segunda a segunda. Nada demais, só aventuras de adolescentes. Fazíamos festinhas em casa também, regadas a bebidas e baralho (registre-se que o Lino nunca bebeu). Normalmente, as festas eram no 1403 (o atual Didi´s). Muitas foram no 604. Geralmente as noites acabavam em uma animada partida de buraco, com panelas de macarrão ao molho branco, ou com o Hot Dog do Breik-Breik. Nada disso nunca mais aconteceu. Não daquela maneira e naquela intensidade. Não tínhamos maiores compromissos, a não ser com a diversão. Tenho saudades daquilo tudo e também do cd dos Engenheiros da Hawaii "10.000 Destinos Ao Vivo" que não saía do som do carro do Lino. As minhas favoritas eram... bem, vamos ver se alguém que comentar isso aqui se lembra quais eram. Lino, acho que você sabe. Saudades...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Cazuza

"Não estou correndo atrás da morte, mas da vida".
Cazuza, em entrevista à Veja, em 1989.
Dizem que Cazuza escreveu "Codinome Beija-Flor" na cama do Hospital São Lucas no Rio, inspirado pelos beija-flores que via da janela do quarto em que ficou internado durante o tratamento de uma das pneumonias que contraiu em decorrência do vírus da AIDS. O ano era 1985 e o mundo despertava para o HIV, que durante os anos 80 e início dos 90 mataria ainda muita gente, incluindo ídolos eternos como Freddie Mercury e Renato Russo. Entretanto, com Cazuza foi diferente. Ele se expunha. Se expôs. Dividiu a doença com todos, lutou pela vida sabendo da morte, e nessa condição, ainda produziu alguns dos maiores clássicos do cancioneiro nacional. Quando Cazuza morreu, em 1990, eu lembro que houve uma grande comoção nacional. Lembro também de perguntar à minha mãe porque ele tinha morrido, e lembro mais ainda da resposta: câncer. Naquela época a AIDS era um tabu. E eu só tinha 7 ou 8 anos para ser introduzido àquilo. Hoje já não causaria o mesmo impacto. Durante anos eu acreditei que o Cazuza tinha morrido de câncer. Engraçado. Cheguei até a discutir com pessoas que falavam que era AIDS. Mãe não mente né, ainda mais pro filho! Se bem que no início, a AIDS era conhecida como "câncer gay". Ponto pra ela. Enfim, não importa o fim da história, que todos conhecem, e sim a lição. Cazuza sempre me passou a imagem de alguém feliz, contemplado com a sorte de viver e poder desfrutar da vida. Exercitou até o limite o seu livre arbítrio e nunca demostrou arrependimento de qualquer natureza. Acreditava no poder da poesia e cantava o amor, que promoveu e viveu, com o exagero dos poetas. Suas músicas deixam registradas lições de quem viveu pouco mais de 30 anos e aprendeu o que talvez nós nunca vamos compreender: "Ah, pra que chorar / A vida é bela e cruel, despida / Tão desprevenida e exata / Que um dia acaba". Acaba. Carpe diem.
Para Roberta, com carinho.
Ritual (uma das mais belas do Cazuza): http://br.youtube.com/watch?v=Qw4ZWLROaNs&feature=related

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sedutora e Diabólica (Mini´s First Time)

"Traição, sexo e assassinato. Tem uma primeira vez para tudo na vida. A bela e provocante Mini seduz seu próprio padastro e logo o convence a armar um plano para se livrar da mãe alcoólatra. Porém essa conspiração vai longe demais e um jovem detetive é escalado para investigar o caso. Ninguém é inocente nesse jogo de intrigas e traição, mas só um sairá livre dessa."

Parece um policial, mas acreditem, é uma "comédia adolescente", do jeito que eu gosto! Eu passei essa noite em claro, não consegui dormir. Ao invés de ficar rolando na cama, assumi o fato e liguei a televisão. Peguei esse filme passando, do qual eu nunca tinha ouvido falar antes, e gostei. Me lembrou muito o Segundas Intenções. A tal da Mini é má mesmo. Muito má. A reflexão aqui é uma que eu já venho trazendo para discussões de bar há algum tempo: todos os crimes são cometidos por mulher ou por dinheiro! É uma tese meio polêmica, mas parte de um pressuposto indiscutível: todo homem é bobo. As mulheres dominam mesmo quando querem, e o bobo apaixonado faz tudo, acreditando na "pureza do amor". O cara perdeu a mulher, perdeu a empresa, foi para a cadeia, tudo por causa da Mini, um anjinho de 16 aninhos que acabou com a vida não só do Alec Baldwin, mas de outros caras que cruzaram o seu caminho. Na vida real é assim também, ou alguém duvida que o pai da Isabella Nardoni jogou ela pela janela por causa da madrasta ciumenta, e que, no final, a madrasta vai sair impune, deixando o pai na cadeia, sem filha, complexado e arrumando outro homem. No final, uma lição digna do "Inferno", de Dante Alighieri. Para quem gosta de maldade e humor negro e precisa aprender que mulheres são perigosas... Assitam!

Trailer - http://br.youtube.com/watch?v=Qh_MWBJv8vg

domingo, 12 de outubro de 2008

Mamonas Assasinas

Hoje acordei em clima de Dia das Crianças! Não muito feliz, é verdade. É que a síndica do meu "bloco" (que acumula a função de prefeita da "quadra") resolveu fazer uma festa para as crianças, e eu, que fiz um esforço para ver a corrida de madrugada e fui dormir depois das 3 da manhã, fui acordado pelo carro de som às 9 da manhã, tocando Sandy & Júnior na maior altura. Por isso hoje eu resolvi escrever sobre um tema infantil, também em homenagem ao meu amigo Danilo, ao menino Carlos e outros que insistem em não crescer! Como toda criança dos anos 80, eu gostava de Balão Mágico, Trem da Alegria, Trapalhões e Xuxa (sim, Xuxa). Tinha todos esses discos de vinil (e ouvia). Mas, graças a Deus isso durou pouco. Depois eu descobri os Beatles e tudo mudou. Entretanto, quando eu estava na 6a. série (1995), também fui arrebatado pela onda Mamonas Assassinas. Naquela época, eu ia de carona para a escola e normalmente chegava na aula bem cedo. Isso me permitia, dentre outras coisas, copiar o "para casa" de matemática dos colegas, bem como ficarmos conversando antes da aula. Eis que, em uma dessas manhãs, enquanto discutíamos o quando o Bon Jovi era gay, o Daniel me tira da mochila uma fita dos Mamonas e coloca em seu walk man para a gente ouvir. A música era "O Vira". Todo mundo rachou de rir e gostou na hora. Saí da aula naquele dia querendo um cd dos Mamonas. O problema é que ainda não estava vendendo em BH. Demorou ainda umas duas semanas para que eu pusesse a mão naquele cd. Um mês depois, só se falava em Mamonas. Todo mundo sabia as músicas de cor. Engraçado é que, naquela época, nós não considerávamos o Mamonas uma banda de criança (e não nos considerávamos crianças)! Era, para todos os efeitos, uma banda de rock (ou você já viu a MTV passar clipe da Xuxa?). Enfim, em cinco meses os Mamonas se tornaram as maiores personalidades do país. A fama foi tão grande que foi capaz até de emprestar um pouco do sucesso ao Baba Cósmica, do Rafael (grande autor de Sabão Crá Crá e Sábado de Sol). Houve o acidente, o tempo passou, e, por incrível que pareça, os Mamonas ainda são conhecidos e tem seus fãs renovados. Prova disso é que, outro dia, passeando pelas prateleiras de cd das Lojas Americas, vi que eles já estão lançando "coletâneas" dos Mamonas, daquelas baratas. Eu duvido que alguem aqui não tenha o disco dos Mamonas! Está lançado o desafio. Feliz Dia das Crianças.

Hoje Não Escrevo

Chega um dia de falta de assunto. Ou, mais propriamente, de falta de apetite para os milhares de assuntos. Escrever é triste. Impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado, as letras se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida estoura não só em bombas como também em dádivas de toda natureza, inclusive a simples claridade da hora, vedada a você, que está de olho na maquininha. O mundo deixa de ser realidade quente para se reduzir a marginália, purê de palavras, reflexos no espelho (infiel) do dicionário. O que você perde em viver, escrevinhando sobre a vida. Não apenas o sol, mas tudo que ele ilumina. Tudo que se faz sem você, porque com você não é possível contar. Você esperando que os outros vivam para depois comentá-los com a maior cara-de-pau (“com isenção de largo espectro”, como diria a bula, se seus escritos fossem produtos medicinais). Selecionando os retalhos de vida dos outros, para objeto de sua divagação descompromissada. Sereno. Superior. Divino. Sim, como se fosse deus, rei proprietário do universo, que escolhe para o seu jantar de notícias um terremoto, uma revolução, um adultério grego - às vezes nem isso, porque no painel imenso você escolhe só um besouro em campanha para verrumar a madeira. Sim, senhor, que importância a sua: sentado aí, camisa aberta, sandálias, ar condicionado, cafezinho, dando sua opinião sobre a angústia, a revolta, o ridículo, a maluquice dos homens. Esquecido de que é um deles. Ah, você participa com palavras? Sua escrita - por hipótese - transforma a cara das coisas, há capítulos da História devidos à sua maneira de ajuntar substantivos, adjetivos, verbos? Mas foram os outros, crédulos, sugestionáveis, que fizeram o acontecimento. Isso de escrever O Capital é uma coisa, derrubar as estruturas, na raça, é outra. E nem sequer você escreveu O Capital. Não é todos os dias que se mete uma idéia na cabeça do próximo, por via gramatical. E a regra situa no mesmo saco escrever e abster-se. Vazio, antes e depois da operação. Claro, você aprovou as valentes ações dos outros, sem se dar ao incômodo de praticá-las. Desaprovou as ações nefandas, e dispensou-se de corrigir-lhe os efeitos. Assim é fácil manter a consciência limpa. Eu queria ver sua consciência faiscando de limpeza é na ação, que costuma sujar os dedos e mais alguma coisa. Ao passo que, em sua protegida pessoa, eles apenas se tisnam quando é hora de mudar a fita no carretel. E então vem o tédio. De Senhor dos Assuntos, passar a espectador enfastiado de espetáculo. Tantos fatos simultâneos e entrechocantes, o absurdo promovido a regra de jogo, excesso de vibração, dificuldade em abranger a cena com o simples par de olhos e uma fatigada atenção. Tudo se repete na linha do imprevisto, pois ao imprevisto sucede outro, num mecanismo de monotonia... explosiva. Na hora ingrata de escrever, como optar entre as variedades de insólito? E que dizer, que não seja invalidado pelo acontecimento de logo mais, ou de agora mesmo? Que sentir ou ruminar, se não nos concedem tempo para isso entre dois acontecimentos que desabam como meteoritos sobre a mesa? Nem sequer você pode lamentar-se pela incomodidade profissional. Não é redator de boletim político, não é comentarista internacional, colunista especializado, não precisa esgotar os temas, ver mais longe do que o comum, manter-se afiado como a boa peixeira pernambucana. Você é o marginal ameno, sem responsabilidade na instrução ou orientação do público, não há razão para aborrecer-se com os fatos e a leve obrigação de confeitá-los ou temperá-los à sua maneira. Que é isso, rapaz. Entretanto, aí está você, casmurro e indisposto para a tarefa de encher o papel de sinaizinhos pretos. Concluiu que não há assunto, quer dizer: que não há para você, porque ao assunto deve corresponder certo número de sinaizinhos, e você não sabe ir além disso, não corta de verdade a barriga da vida, não revolve os intestinos da vida, fica em sua cadeira, assuntando, assuntando... Então hoje não tem crônica.
Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Bob Dylan

Outro dia, estávamos jogando buraco lá em casa quando, entre um descarte e outro o Russo surpreendeu a todos com a afirmação: "Hurricane é a melhor música já feita pelo homem. Ninguém consegue fazer outra mais perfeita que ela." Poxa Russo, tá certo que cada um reage de uma maneira diferente a uma música e, por isso, cada um tem a sua favorita. Mas eu nunca vi nenhum comentário desse nível sobre "Hurricane" ou qualquer outra música do Bob Dylan. Geralmente, este título é deixado para clássicos dos Beatles, ou do Led Zeppelin. Mas, talvez espantado com o comentário, me pus a pensar sobre a música. Realmente Bob Dylan conseguiu fazer uma letra brilhante, cinematográfica sobre a vida de Rubin Carter. Inclusive, eu acho que o filme, de mesmo nome, foi inspirado na música, e não na autobiografia do lutador. Para quem não sabe, Rubin "The Hurricane" Carter foi um boxeador americano, dos anos 60, conhecido por travar uma longa disputa judicial ao ser preso por assassinato. A melodia em si, é simples, com toques ciganos, folk ao estilo Dylan, mas a letra é linda. Aliás, as letras do Dylan são sempre assim, poéticas, políticas, cultas. Mas, por favor, não deixem o cara cantar. É um absurdo. O Dylan é o Chico Buarque americano. Enfim, a dica do dia é: ouçam a música e vejam o filme! Mas Hurricane, apenas de boa, está longe de ser "a música perfeita".

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Counting Crows

Eu estava na 7a. série quando ouvi "Mr. Jones" no rádio pela primeira vez. Foi indo pra escola, de carona com um vizinho de prédio. "Mr. Jones" é um daqueles clássicos instantâneos, que tudo mundo gosta de primeira, assim como "Sultans of Swing" do Dire Straits ou "Have you ever seen the rain" do Creedence, e comigo não foi diferente. Só que naquela época (1995/1996), Deus ainda não havia criado o MP3 e nem o CD-R e, para ouvir uma música, ou se comprava o disco (que era muito caro) ou você ficava escutando a rádio esperando a música tocar novamente para, aí sim, gravar em uma fita K-7. É crianças, os tempos eram outros. Outro problema era descobrir o nome da banda que cantava a música. Quem escuta rádio sabe que é difícil o locutor falar de quem é a faixa que acabou de ser tocada. Daí é que as pessoas cantarolavam as músicas nas lojas de disco, para os vendedores que, no final, ficavam craques em "qual é a música". Bem, no meu caso, eu fiquei louco atrás dessa música. Era uma vontade incontralável de ouvir "Mr. Jones" mais uma vez e, falando nisso com todo mundo, a Bruna, uma colega de escola, disse que tinha o cd, e me emprestou. Quando eu cheguei em casa com o "August and everything after", a primeira coisa que fiz foi colocá-lo no som e apertar o repeat. Foi a única vez que eu me lembro de ter escutado uma música no repeat - eu sei que vocês meninas fazem isso todos os dia! E naquele dia eu devo ter escutado "Mr. Jones" umas 40 vezes. É lógico que eu ainda gravei minha fita k7 do Counting Crows, mas depois disso, acho que nem escutei mais a música por um bom tempo. O detalhe é que eu nunca tive este cd. Hoje, escuto mais no rádio, ou quando ela aparece no randômico do meu Ipod. Ontem a noite eu fui em um Pub e a banda começou o show com "Mr. Jones", e me lembrei desse caso, e de como eu sei a letra da música de cor até hoje. Interessante também é ver que o Counting Crows não é exatamente um "one hit wonder", sendo que ao longo de sua carreira ainda emplacou outros sucessos como a recente "Accidentaly in Love". Além de "Mr. Jones", me agrada a versão deles para a maravilhosa "Big Yellow Taxi", uma grande composição da Joni Mitchell que foi também regravada por Amy Grant e Bob Dylan.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Matchbox 20

Logo que eu desembarquei para o intercâmbio nos EUA, em agosto de 1998, o Matchbox 20 era a banda mais tocada por lá, com os sucessos do seu primeiro álbum: "Yourself or Someone Like You". E esse foi o primeiro disco que eu comprei nos EUA. Na verdade, eu e mais outras 10 pessoas do intercâmbio, no mínimo! Estávamos em Miami para um "congresso dos estudantes de intercâmbio", feito para recepcionar os brasileiros e dar as dicas sobre "como sobreviver com estranhos nos EUA". Foram três dias por lá, e nesse tempo, além do congresso, aproveitamos para conhecer a cidade, que é bem bacana. O meu cd do Matchbox 20 foi comprado em Coconut Grove. Lá ainda fomos no Rainforest Café, que era um suposto "bar brasileiro" com exotic dancers (leia-se dançarinas de strip). Depois de Miami, fui para Louisiana, onde eu passaria o ano que foi, com certeza, o melhor ano da minha vida. E passei esse ano movido pelas baladas do Matchbox 20, como "3am", "Push", "Real World" e "Back 2 Good". Voltando para o Brasil, vi que a banda fez sucesso por aqui também, e logo que começamos o "Silent Bob & The Jay Jay´s", na verdade, a ensaiarmos para montar uma banda (eu, o Léo e o Diogo), tínhamos 3am e Push no nosso repertório. Esse é um grande disco de uma banda pop de verdade, que não é dessas que apenas exploraram comercialmente o gênero. Atenção especial às grandes letras do Rob Thomas...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Legião Urbana

Estou morando em Brasília e a cada dia me dou mais conta disso nas músicas da Legião Urbana. Acordo antes das 7:00 e vou caminhar no Parque da Cidade, onde o Eduardo se encontrou com a Mônica depois da "festa estranha com gente esquisita". (A propósito, sabiam que "camelo" é gíria para bicicleta aqui em Brasília?) Depois, volto pra casa, tomo banho, tomo café e vou trabalhar. No caminho, atravessando a Rodoviária, vejo a Esplanada dos Ministérios, onde João de Santo Cristo viu as luzes de Natal. Fiz amigos, freqüento a Asa Norte e vou a festas de Rock. Já conheci Taguatinga (e Gama, Águas Claras e Núcleo Bandeirante)... É, estou morando em Brasília e agora sei que o Lote 14 não é um lote vago, como eu sempre pensei, e sim, apenas de um endereço. O que mais me impressiona é que Brasília respira Legião Urbana. Todo mundo conta um caso de algum integrante da banda. Todo mundo conhece alguém que conheceu o Renato Russo, ou foi seu colega de escola, ou seu aluno na Cultura Inglesa, ou morou na mesma "quadra". Muitos conhecem alguém da família dele. Dizem que Renato Russo morava na Asa Sul. Fato é que, apesar de gostar de muita coisa da Legião, nunca fui um "legionário". Mas agora que estou morando em Brasília, as músicas passam a fazer muito mais sentido. É estranho como uma banda pode se identificar tanto com uma cidade. Eu sou mineiro e não identifico a minha origem com Skank ou Jota Quest. Entretanto, me ocorreu mesmo que eu estava morando em Brasília quando eu cheguei em casa mais cedo na semana passada e tinha uma rodinha de violão rolando no pilotis do meu "bloco". Adivinhem o que eles estavam tocando? "Tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você..."!

Editorial

Pois é, depois de um mês inteiro postando todos os dias (eu e o Leo), eis que a preguiça chegou! O bom é que ainda não está faltando história pra contar, o que seria o pior. A verdade é que nos últimos dias faltou tempo (além da preguiça). Em compensação, muita coisa aconteceu. Promessa de grandes histórias para este blog. Eu quero mesmo é agradecer as pessoas que me cobraram sobre o blog, em especial a Roberta e a Carol, que quase todos os dias me perguntavam se eu havia abandonado o blog. Não! Eu ainda não o abandonei. Apesar de a probabalidade de isso ocorrer até o final do ano ser grande. Essas coisas raramente duram muito. Blog é moda. O bom é saber que tem gente que ainda lê esse blog, e que as histórias os divertem, geralmente durante o horário de trabalho (né Lóis)! Sobre a enquete acerca dos rumos que este blog deverá tomar, após uma pequena votação (mas apertada), a maioria (4 pessoas), decidiu que o blog continua apenas sobre música. Mas como quem manda sou eu... bem, eu ainda não tenho nada pra falar que não seja sobre música, que é, digamos, a minha paixão e especialidade (se é que eu tenho alguma). Continuem acompanhando o blog, e tenham certeza que um dia desses vocês, que ainda não foram, serão os personagens de alguma história. Obrigado pelo incentivo e divirtam-se.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Nirvana

Eu sempre tive vontade de ter um CD do Nirvana, e apesar de ter sido um fã deles na minha adolescência, os únicos CDs do Nirvana que eu tive foram os de uma coleção de singles e o CD do Nirvana “Unplugged”. Nunca tive nenhum dos álbuns de estúdio(Bleach, Nevermind, In Utero), e isso sempre foi uma frustração pra mim. Sabe o que é mais engraçado? Eu paguei quase cem reais por essa coleção de singles do nirvana, que eram 6 CDs, e cada CD com 3 ou 4 músicas só.  Nossa, eu fiquei todo feliz quando adquiri a coleção, e somente um ou dois meses depois que eu fui perceber a burrada que havia feito, com a grana que eu paguei pelos singles, dava pra comprar todos os 3 álbuns de estúdio e mais outras coisinhas mais. E eu vivo fazendo essas compras de impulso, vejo uma coisa que na hora me parece muito legal, mas quando vejo em casa com mais calma, percebo logo a burrada. Anos depois dessa minha fase “grunge” eu cheguei a ler a biografia do Kurt Cobain, muito interessante, conta muita coisa que o público em geral não sabe, falando do por que do começo do uso das drogas, da inspiração para escrever determindas letras, deu até vontade depois que eu terminei de ler o livro de ouvir mais uma vez a minha cara coleção do Nirvana.

Sliver: http://www.youtube.com/watch?v=Fq1BprwY77s

The Man Who Sold The World: http://www.youtube.com/watch?v=209ArurxVG4

http://www.nirvana-music.com/

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Men At Work

Todo gringo que vem tocar no Brasil aprende a dizer ao menos uma palavra em português, “cachaça” ou “caipirinha”, e com o pessoal do “Men at work” não foi diferente. O pai de um amigo meu é dono de um restaurante famoso de comida mineira, e quando o pessoal do “Men at work” veio até BH para tocar o restaurante do pai desse meu amigo foi fazer o serviço de buffet. O show foi muito legal, eu já era fã da banda, lembro até de um verão que passei com meus tios em Vila Velha, onde eu praticamente só ouvia o CD da minha prima do “Men at work”o dia todo. Eu estava no segundo ano do segundo grau e esse amigo meu me falou que iria trabalhar no show, e me falou que me encontrava lá no show. O show foi no velho ginásio do Minas, que hoje já não existe mais. Antigamente era muito comum shows lá naquele ginásio da Rua da Bahia. Então fui eu sair de casa pro show. Peguei o ônibus e acabei encontrando o Rafael que já havia estudado inglês comigo lá na Cultura Inglesa uns dois anos antes do show. Curiosamente, ele pegava esse mesmo ônibus comigo para ir para as aulas do inglês, naqueles tempos nós tínhamos muito que falar, falávamos das menininhas da sala, de futebol, mas dois anos mais tarde já não tínhamos tanto o que dizer um para o outro. Devemos ter trocado umas dez palavras no máximo e só. O Rafael ia pro show também, mas como o papo não tava fluindo, falei com ele uma mentira deslavada, falei que ia encontrar com uma menina, e fui saindo fora. Comprei meu ingresso, assisti ao show, encontrei com o meu amigo que depois do show me chamou  pra ir lá falar com os caras, mesmo porque ele não sabia falar bem inglês, eu fui lá, bati um papo com o pessoal bancando o interprete. Tirei umas fotos com o Colin Hay(vocalista) e com o Greg Ham(que tocava sax, flauta e teclado), algo curioso que notei é que ambos possuem problema de visão. Uma outra coisa que eu reparei é que depois do show o camarim estava praticamente intacto, as frutas estavam lá, a tábua de frios estava praticamente intocada, somente umas garrafas de gatorade, cerveja e água estavam abertas. “Ué esse pessoal não consome nada?” perguntei para meu amigo, que imediatamente apontou para a mesa e falou: “Eles gostam é daquilo ali.” Quando eu olho, eu vejo uma garrafa de cachaça quase no fim. Aí, eu só ouço uma voz lá no fundo do camarim dizendo: “More caipirinha, more cachaça!” Socamos caipirinha nos gringo até acabar o limão, depois eles ainda levaram a garrafa com um restinho de cachaça para o hotel, e sabe lá o que mais eles ainda não pegaram no meio do caminho até o hotel.

Down Under: http://www.youtube.com/watch?v=DNT7uZf7lew

Overkill: http://www.youtube.com/watch?v=Lcu7OCIqlqE