segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Shawn Mullins

O Caíque foi no homecoming essa sexta e, pelo que conversamos, ele ficou bastante impressionado com o bailinho. Quando eu fiz intercâmbio eu fui em apenas um bailinho, o "Winter Dance". Pra quem não sabe, as high schools têm quatro bailes ao longo do ano, um para cada estação. O mais importante é o de primavera, que é o "Prom", conhecido no Brasil como o "baile de formatura", mas que é apenas o último baile da vida dos seniors (classe dos formandos), e por isso tem o mesmo significado do nosso baile de formatura, mas ele acontece antes do ano letivo terminar. Enfim, o que o Caíque foi é o segundo mais importante, porque representa o reencontro dos ex-alunos com a escola. O baile que eu fui é um baile "menor". Menos significativo. No geral, com exceção do Prom, todos são parecidos. Acontecem geralmente na quadra de basquete. Começam às 19:30 e terminam pontualmente às 23:00. Durante o baile, músicas para dançar a dois e muitos hip hops e flashbacks. Vou contar como foi o meu. A preparação começa semanas antes. Cartazes pelos corredores. Os formandos aproveitam para ganhar dinheiro para o Prom vendendo cravos, rosas e fazendo correio elegante entre os alunos. Sim, porque a regra geral é que você tem que convidar uma menina pra ir no baile. Os passos são os seguintes: 1) convidá-la (e rápido. As mais feias sempre sobram para os retardatários); 2) pagar os convites (seu e da menina); 3) alugar um smoking (não queiram ir de terno e gravata, eu fiz isso e me dei mal); 4) comprar um corsage (arranjo de flor que vai na mão da menina); 5)dar um jeito de chegar no baile (alugue uma limo com seus amigos, você não vai se arrepender); 6) organizar um jantar (pra antes do baile); 7) ser um perfeito cavalheiro ao longo do baile e, finalmente 8) ter uma festinha na casa de alguém para ir com a sua garota depois do baile (é lá que as coisas acontecem). Comigo, é óbvio, nada disso aconteceu da maneira ideal, e por isso a noite acabou mal. Confiram: 1) com toda a minha timidez, eu não convidei ninguém. Já era o penúltimo baile da escola, eu ia voltar pro Brasil sem ter ido em nenhum. Ok, pra não falar que eu não convidei, chamei a Anita (a outra brasileira da escola) pra ir comigo. Ela estava namorando e, delicadamente, riu na minha cara. Depois, faltando dois dias pro baile, me apareceu uma menina, me implorando pra convidar a amiga dela (Jéssica). Ou seja, eu praticamente fui convidado pela Jéssica de última hora. A Jéssica era um monstro que eu nunca tinha visto naquela escola. 2) Sim, eu paguei pelos dois convites. 3) Erro número 2, eu não aluguei um smoking, resolvi ir com o meu terno normal, brasileiro. Me ferrei. Todo mundo tava de smoking na festa. Eu fiquei com aquela cara de "o brasileiro perdido". 4) comprei o tal arranjo de flor, aos 45´do segundo tempo, o último, o mais caro e o pior arranjo da loja. Só vendo a cara de decepção da Jéssica ao ver o corsage dela. 5) Acabei, pelo baile, quebrando uma das regras do intercâmbio, que era: nunca pegue carona com estranhos. Acabei aceitando a carona do amigo dela pra ir no baile. Isso foi a decisão mais acertada, porque quando a gente pega a menina em casa, os pais dela tiram fotos do casal. Não, eu não queria uma foto daquele casal. O cara simplesmente buzinou lá em casa e eu saí. Fomos pra casa dela. Foram tiradas as fotos. 6) Saímos da casa dela, a mãe já me tratava como "genro". Fomos pra casa de uma amiga dela (a mesma que me "obrigou" a convidá-la). Lá, a mãe da amiga preparou o jantar. O menu: feijão com arroz. Sério. Mandei um pratasso de arroz com feijão, sem sobremesa. Mais fotos. O telefone toca. Era a mãe da Jéssica, pra falar com ela que eu era um gato. :) 7) Era inverno, estava frio, e eu não emprestei o meu paletó para a Jéssica. Tive isso jogado na minha cara. Falta de cavalheirismo. Mas, durante o baile, eu fiquei sozinho o tempo todo. Ela nem "me fez companhia". Ou seja, senti como se eu fosse apenas o "patrocinador" daquele evento. Quem pagou o seu ingresso. 8) Depois do baile, fomos pra casa. Éramos um bando de perdedores que não foram convidados para a festinha depois do baile. Ou seja, tudo errado no meu baile. Esse post poderia ser sobre o Nazareth, porque na semana que antecedeu ao baile eu fiquei fantasiando sobre como seria legal eu ir ao baile com uma gatinha, e dançar com ela ao som de "Love Hurts". Ouvi Love Hurts a semana inteira. Na verdade, isso nunca aconteceu. O lado bom disso é que o cara que nos dirigia estava curtindo Shawn Mullins e no carro, durante os trajetos, a gente só ouvia Lullaby. Música que eu não conhecia, mas que gostei de cara e marcou aquele momento. Confiram:

8 comentários:

  1. Parece cena de filme dos Nerds... hauhauhauauahuhauah
    Abraço

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  2. 1- que foto horrivel!!!!!!!!!!!
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    2- eu nao acredito que alguem possa dar tantos foras em uma festa so...rsrsrs
    vc se superou..rs

    bjus

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  3. Cada vez que leio texto do Edinho tenho a nítida impressão de que o sonho dele era ser o Kevin Arnold. Só quero ver o dia que ele for falar do Joe Cocker.

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  4. Eu sempre gostei de Anos Incríveis, com o perdão do trocadilho.

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  5. Concordo com a Roberta, você se superou! hahaha
    E por tudo isso que eu sou anti-timidez! hahaha

    bjos

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  6. Que isso, Moreco!!!! Seis anos e nunca fiquei sabendo dessa historia?! hehehe
    bjao ;)

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