quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Kanye West

Quando eu paro para pensar qual foi o meu primeiro contato com a cultura Hip Hop, a primeira memória que me vem à cabeça é a de um vinil que eu ganhei quando eu fiz seis anos, chamado “Let’s Break”, lançado em 1984 pela RCA. Na época, o break não era muito conhecido por aqui, mas estava ganhando certa popularidade, virando uma modinha para animar as festinhas adolescentes. E aquele menininho de classe média que não sabia bem ao certo o que era aquilo, se era um estilo musical ou somente uma dança, só sabia de uma coisa: que ele tinha gostado daquela modinha. A moda passou, as roupas de break foram jogadas fora, as músicas já não tocavam mais nas rádios e nem nas festinhas. Já no final dos anos 80, eu me lembro de ter visto nos filmes uns caras com umas roupas coloridas e largas, com uns correntões de ouro, uns até com um relógio de parede no pescoço. Era a chegada do Rap, chegada ao menos para o meu conhecimento. Com onze anos de idade, como eu ainda tinha pouca noção do que era exatamente o rap, tudo que era meio falado e tinha um batidão no fundo para mim era Rap. Mc Hammer, Vanilla Ice, Technotronic eram os meus músicos preferidos em 1989. Só depois eu fui descobrir que esses artistas eram “desprezados” e “desrespeitados” no meio artístico do rap. E quanto mais eu gostava dos meus artistas de rap, mais eu descobria que eles, na verdade, não eram artistas de rap, e sim artistas pop que utilizavam o rap em suas músicas. Entre 91 e 92 eu fiquei realmente ligado nesse tal de rap, justamente quando um tal de “Gabriel, O Pensador”, que fez sucesso com os hits bem-humorados “Lôraburra" e "Retrato de um Playboy”. Foi nessa época também que eu conheci o Faith No More, que veio ao Brasil para uma apresentação no Rock In Rio 2. Foi quando eu ouvi “Epic”, que mistura o rock e rap. Eu me apaixonei pela banda e fiquei acordado para ver o Faith No More pela tv. Mas o que eu vi no dia seguinte foi ainda melhor. Run DMC, que eu nem sabia quem era, mas foi paixão à primeira “ouvida”. Mas eu realmente descobri o rap em 1993, com a MTV e o seu “Yo MTV raps” que me apresentou os meus artistas preferidos na época: Coolio, Beastie Boys, Cypress Hill, Snoop Dogg (na época Snoop Doggy Dogg), o já falecido Tupac Shakur, Naughty By Nature, Public Enemy, N.W.A., e o Bone Thugs And Harmony. Do Brasil, eu curtia os Racionais, Thaíde e Dj Hum, Ataliba e a Firma, Doctor Mc’s. O que mais me havia fascinado no Rap era sua facilidade em se adaptar, em se misturar com outros ritmos, principalmente o Rock. Foi então que em 1995 eu ouço “Usuário” do Planet Hemp, Marcelo D2 e sua turma com um uma mistura de rap com tudo quanto é ritmo, além de letras que falavam desde violência da cidade grande, menores de rua, e é claro uma apologia à maconha. Marcelo D2 que viria depois a seguir uma carreira solo, com músicas ainda melhores do que as do próprio Planet Hemp, que misturam rap e samba. Desde a sua a criação o rap se modificou, se modernizou, se adaptou, se misturou, e deixou de ser só moda para se tornar um estilo consolidado, muito importante financeiramente e musicalmente, sendo atualmente o mais influente entre os jovens no mundo inteiro. Um artista que representa muito bem esse “Rap Contemporâneo” é Kanye West, que de produtor passou a também a atuar como rapper, sendo responsável por hits que misturam o Rap com os mais diversos estilos musicais. Seus três álbuns receberam inúmeros prêmios, provando ser um sucesso tanto comercialmente como com a crítica. Kanye West gosta muito de samplear vocais, geralmente da música Soul, para a produção de suas músicas. Exatamente hoje faz um ano que seu último álbum foi lançado, o seu melhor trabalho na minha visão, onde ele evoluiu musicalmente, utilizando-se de batidas sintéticas, e efeitos sonoros mais futurísticos e robóticos. Se distanciando um pouco do Soul e se aproximando mais de outros estilos musicais. Quem estiver com um tempinho e principalmente com um dinheirinho sobrando não pode perder as apresentações deste artista no Tim Festival, que acontecerá em São Paulo (22/10) e no Rio (24/10). Confiram: http://www.youtube.com/watch?v=3jzSh_MLNcY&feature=related http://www.kanyeuniversecity.com/

3 comentários:

  1. O Leo gosta de rap? Se bem que ele voltou dos EUA com um cd do Coolio.

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  2. porra, eu li tudo achando que era o edinho. tava achando estranho esse lado mano dele

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