quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Operation Ivy

“O FMI quer acabar com o rock!” Eu nunca me esquecerei do Claudão, louco, gritando aquilo no microfone d´A Obra em plena quarta-feira, às 02:30 da manhã, ao final do primeiro show do Silent Bob. Não, na verdade não era o primeiro show. Mas tratamos sempre como se fosse. Era o primeiro daquilo que a gente gostaria de ser enquanto banda. Formação clássica (Eu, Leo, Diogo e Yan), repertório dentro da proposta, lugar underground. Fizemos até os flyers anunciando “Silent Bob & The Jay Jay´s”, tocando “ska-billy”. Tirando os amigos, sempre presentes, até que a Obra estava cheia, comparando com outros shows da “quarta-sem-lei”. Normalmente, nesses shows só vão os convidados da banda. Se me lembro bem, preparamos um set list de umas 15 músicas, entre covers, versões e próprias. E tocamos todas em 40 minutos! Toda a preparação, ensaios, planos... em 40 minutos. Mas o público gostou. O Claudão correu pro microfone e mandou a pérola, e na seqüência: “... e nós não vamos deixar! Silent Bob & The Jay Jay´s”. Fomos forçados a fazer um bis não ensaiado. Resultado: acabamos repetindo quase o show inteiro. Só conseguimos sair do palco quando tocamos “Hey Ho, Let´s Go” sem saber a letra. Lembro que o Yan ficou puto, falando que aquilo de repetir músicas era ridículo. Pensando agora, ele deveria era agradecer, porque nem idade para estar na Obra ele tinha. Disse tudo isso porque pensei em falar hoje sobre o “Operation Ivy”. Nesse dia, me lembro bem de um cara na platéia, no canto, bêbado, balançando a cabeça durante as músicas e só levantava a cabeça entre uma música e outra para gritar: “Operation Ivy”. Não sabíamos nenhuma do Operation Ivy, e, pior do que isso, eu não conhecia o Operation Ivy. Achei um absurdo eu não conhecer uma banda cujo nome foi gritado pela platéia. No palco, me sentia como um professor de catecismo, ensinando para o público o que eles tinham que ouvir. Quando eu conheci as músicas do Operation Ivy eu entendi o pedido do cara. Nosso som se identificava muito com o daquela banda. Queríamos tocar ska e punk, mas éramos punk até quando não queríamos. Depois eu fui descobrir que o Operation Ivy foi a primeira banda de Tim Armstrong e Matt Freeman (guitarrista e baixista do Rancid, respectivamente). Esses caras ainda fundaram, antes do Rancid, outra banda da qual eu também sou fã, o Dance Hall Crashers. No nosso repertório, dentre os covers, tocávamos músicas do Rancid e do Dance Hall Crashers, ou seja, nada mais óbvio do que pensar que também tocávamos Operation Ivy. Ouvi e gostei. Realmente parece com o som que o Silent Bob fazia. Tem boas idéias, boa intenção, mas é cru. Falta muita coisa, a começar pela habilidade dos músicos. Com exceção do Matt Freeman (bem como do Yan). Escutem:

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